O berílio é o quarto elemento da tabela periódica e pertence à família 2A, que corresponde aos metais alcalinos-terrosos. Sua aparência é similar a do alumínio em sua "versão" metálica, mas também possui versões preciosas, bastante cobiçadas e com valores consideráveis.
Como outros metais da sua família, ele não está amplamente disponível na crosta terrestre, sendo necessários alguns processos até obter uma versão purificada utilizada na metalurgia, tecnologia nuclear e até em dispositivos enviados para espaço.
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Continue a leitura para saber mais sobre a história do berílio, principais usos e algumas curiosidades sobre esse metal, tão importante na atualidade.
Um doce de Berílio
Em 1798, Louis Nicolas Vauquelin, farmacêutico e químico francês, estava analisando algumas amostras de pedras preciosas, esmeraldas e águas marinhas, sob demanda de um colega mineralogista, chamado Abbé René-Just Haüy.
Em seus testes, Vaquelin detectou a presença de um novo elemento, ao qual ele deu o nome de glaucinium, em alusão a palavra grega que significa doce. O gosto do material isolado das pedras preciosas tinha um sabor adocicado, o que levou a escolha do nome.
É sempre bom lembrar, que até certo tempo atrás, era comum que pesquisadores "provassem" seus experimentos. Algo que atualmente se sabe ser fortemente não recomendado. E a recomendação tem um motivo. Algumas apresentações do berílio são altamente tóxicas. Então, o pequeno experimento gustativo, pode não ter acabado muito bem.
Fato é, que talvez em busca de não encorajar outros curiosos, o nome do elemento ficou registrado como berílio, que designava várias pedras verdes, ou verde azuladas, encontradas na natureza.
Hoje sabemos que essas pedras são uma forma de silicato de berílio, e não, suas esmeraldas e águas marinhas não são tóxicas. Contudo, se você optar por isolar o berílio, não podemos dar garantias.
Berílio da terra ao espaço
O berílio é considerado o metal alcalino-terroso mais leve da tabela periódica, e também possui como vantagem, o seu alto ponto de fusão, em torno de 1287 °C, que o faz resistente o suficiente para utilização em tecnologia militar, nuclear e espacial.
Além disso, ele possui uma baixa interação com o oxigênio, tornando o bastante resistente à oxidação. Todas essas características o fazem desejado como elemento para produção de ligas, como berílio-alumínio e cobre-berílio.
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As ligas contêm berílio são amplamente utilizadas nas áreas de aeronáutica e indústria espacial, indústria nuclear, maquinário de Raios-x e tecnologia de imagem, por ser "transparente" nos bombardeios, ferramentas de precisão, dispositivos eletrônicos e ópticos.
Além disso, ele também pode ser utilizado em datações geológicas. Seu isótopo, berílio - 10, é radioativo e através da contagem da quantidade do elemento em rochas, é possível estimar por quanto e a quanto tempo esses minérios estiveram expostos na crosta terrestre.
Porém, como dissemos anteriormente, o quarto elemento da tabela periódica não é encontrado sozinho em sua versão metálica pura, sendo necessário o processamento mineral para sua obtenção.
Sabe-se que existem ao menos 30 tipos de minerais que apresentam a presença do berílio. E é na extração que outros riscos da manipulação do elemento surgem. Já vimos que provar sais (mesmo sendo doces) de berílio não é uma boa alternativa. Mas inalá-los, pode ser uma ideia ainda pior.
Quando processado, partículas do elemento podem ficar dispersas no ar. Quando inaladas, podem desencadear um processo inflamatório significativo nos pulmões, ocasionando no desenvolvimento de câncer pulmonar. O nome da doença causada pela hiper exposição ao berílio é chamada de beriliose.
Vapores de berílio são igualmente tóxicos. Por isso, trabalhadores de minhas de extração e processamento de desse elemento precisam manter testagem constante dos níveis de berílio no organismo. Nada de burlar os exames periódicos.
A tabela periódica é recheada de elementos incríveis, e o quarto elemento é tão importante que foi classificado pela união europeia como uma das suas 20 matérias-primas principais. E como um bônus, sabemos da existência dos nêutrons também graças a esse elemento.
Quais outros usos para o berílio você conhece? Nos conte em nossas redes sociais! E a até o próximo elemento, confira também como seria uma tabela periódica cósmica! Que tal um silicato de berílio para Natal? Fica a dica de presente e até mais!
Fontes