A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA) divulgou recentemente uma nova imagem da galáxia Messier 104 (M104). Também conhecida como galáxia do Sombreiro ou NGC 4594, a região cósmica recebeu esse nome por sua aparência semelhante a um chapéu mexicano — não é à toa que a palavra ‘sombrero’ significa ‘chapéu’ em espanhol.
A imagem foi capturada pelo instrumento de infravermelho médio (MIRI), do JWST, e revela um núcleo simétrico e suave em formato de disco. Embora não seja a primeira vez que essa galáxia é registrada pelos cientistas, as imagens anteriores foram feitas pelo Telescópio Hubble e tinham algumas limitações devido à tecnologia.
A imagem capturada pelo Hubble utilizou instrumentos que registram o espectro de luz visível, por isso o resultado apresentou um núcleo com brilho mais intenso. Já a imagem do Telescópio James Webb revelou um núcleo com um brilho mais suave, pois coletou os dados infravermelhos da galáxia.
Com os dados capturados pelo MIRI, os astrônomos podem entender melhor a distribuição da poeira cósmica na galáxia. Inclusive, pela primeira vez, foi possível observar o anel externo com aglomerados de poeira, o que pode indicar uma área ativa de formação estelar.
“A luz infravermelha média destaca o gás e a poeira que são uma característica da formação de estrelas que ocorre no disco externo da galáxia do Sombreiro”, é descrito em uma publicação oficial do James Webb.
Galáxia Sombreiro
Embora a galáxia do Sombreiro apresente características associadas à formação de estrelas, ela não é um local de intensa atividade estelar.
Para efeito de comparação, a galáxia Messier 82 (M82), também estudada pelo Telescópio James Webb, gera até 10 vezes mais estrelas do que a Via Láctea. Já a M104 forma menos de uma massa solar de estrelas por ano, enquanto nossa galáxia produz até duas massas solares no mesmo período.
A imagem também apresenta o buraco negro supermassivo no centro da galáxia, conhecido como núcleo galáctico ativo (AGN) de baixa luminosidade. Além disso, a galáxia do Sombreiro contém cerca de dois mil aglomerados globulares em sua estrutura.
“Na imagem capturada pelo MIRI, galáxias de diferentes formas e cores aparecem espalhadas pelo fundo do espaço. As cores variadas dessas galáxias podem fornecer aos astrônomos informações sobre suas propriedades, incluindo a distância em que se encontram”, é descrito em uma publicação da ESA.
Mantenha-se atualizado sobre astronomia aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para descobrir quais são as cores reais das imagens do Telescópio James Webb. Até mais!
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