Dados divulgados recentemente pela agência Copernicus, programa de observação da Terra da União Europeia, apresentando informações preocupantes para humanidade: 2024 pode ser o ano mais quente de todos os tempos. Será também o primeiro a ultrapassar o limite crítico de 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, estabelecido no Acordo de Paris em 2015.
Ultrapassar esse limite, alertam os especialistas da Copernicus, pode resultar em efeitos devastadores e potencialmente irreversíveis para os sistemas vitais do planeta, como a chamada violação dos pontos de críticos de inflexão. Quando isso ocorre, além da ocorrência de mudanças abruptas, rápidas e até mesmo irreversíveis, o sistema climático assume um “novo normal”, com consequências imprevisíveis e destruidoras.
Para evitar consequências ainda mais catastróficas, os países que se reunirão na COP 29 a partir de segunda-feira (11), no Azerbaidjão, foram orientados pela vice-diretora da Copernicus, Samantha Burgess, a “aumentar a ambição” de suas ações climáticas. Publicado na véspera da reunião em Baiku, um relatório da ONU prevê um aumento das temperaturas globais entre 2,6 °C a 3,1 °C ao longo deste século, deixando bem para trás o limite de 1,5 °C.
Aquecimento global alimenta o caos climático
A energia adicionada ao sistema climático pela elevação das temperaturas globais alimenta e intensifica alguns eventos climáticos extremos recentes, como furacões nos EUA e inundações mortais no sul do Brasil e na Espanha. Isso ocorre porque o aquecimento global tem modificado os padrões de temperatura, umidade, correntes atmosféricas e oceânicas.
Por trás dessas mudanças, evidencia-se a mão do homem. Principais impulsionadores do aquecimento global, os gases de efeito estufa têm como fonte a queima de combustíveis fósseis para eletricidade e calor. As concentrações desses gases na atmosfera já atingiram níveis tão altos, que comprometeram o mundo com aumento de temperaturas por muitos anos.
Nesse cenário desolador, a Agência Internacional de Energia (AIE) fez um apelo veemente aos países para interromperem novos projetos de campos de gás e petróleo, medida considerada essencial para evitar consequências ainda mais terríveis das mudanças climáticas.
Integrando realidades urbanas às mudanças climáticas
Para subsidiar as discussões da COP29, a ONU divulgou recentemente, o Relatório Mundial das Cidades 2024, do programa ONU-Habitat, com um alerta de que, como resultado das mudanças climáticas e rápida urbanização, mais de dois bilhões de pessoas enfrentarão um aumento adicional de 0,5 °C na temperatura até 2040.
O documento revela um déficit expressivo de financiamento para construir e manter sistemas e serviços urbanos capazes de resistir e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas. Essa infraestrutura urbana resiliente é estimada em 5,4 trilhões de dólares por ano. O financiamento atual, de somente 831 bilhões, expõe populações vulneráveis a riscos crescentes.
Reconhecendo os imensos desafios, o documento defende um enfoque nas cidades como fundamentais para a solução climática. Ele recomenda que a ação climática seja participativa e liderada pelas comunidades, visando soluções locais apropriadas.
Mantenha-se atualizado com os últimos estudos sobre os impactos da crise climática global, aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para entender porque, o derretimento polar está afetando a rotação da Terra e aumentando a duração dos dias.
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