Estrutura dos novos transistores biocompatíveis (Fonte da imagem: Reprodução/Nature Comunications)
Um grupo de cientistas franceses conseguiu desenvolver o primeiro transistor orgânico microscópico e biocompatível, ou seja, que pode ficar em constante contato com os órgãos humanos. E a ideia dos pesquisadores que trabalham no Cornell NanoScale Science and Technology Facility (CNF) é ousada.
Segundo o grupo que trabalha no projeto, os aparelhinhos podem ser implantados no cérebro para gravar, em tempo real, toda a atividade do órgão diretamente da “superfície” do seu córtex. Isso tudo graças a uma avançada tecnologia de eletrocorticografia (ECoG), cerca de dez vezes mais avançada do que a usada atualmente.
A revolução se dá pelo fato de que os neurônios emitem sinais elétricos extremamente sutis, e identificá-los com os tradicionais eletrodos de metal é tarefa complicada, pois eles não conseguem captá-los com a devida precisão. Além disso, os ossos do crânio também atrapalham no processo, o que torna necessário, em muitos casos, que os médicos mantenham a cabeça dos pacientes aberta para a inserção de tais ferramentas de monitoramento (como pode ser visto nessa imagem).
Os novos ECoGs biocompatíveis são muito menores e, ao contrário dos eletrodos tradicionais (e feitos de metal), podem ser moldados de acordo com o formato curvilíneo do crânio e do cérebro, o que facilita a sua inserção no órgão.
Ajudando no tratamento de doenças
Esse monitoramento em tempo real visa ajudar no estudo e tratamento de diversas doenças, como no caso de pacientes com epilepsia. Pessoas com tumores no cérebro poderão ter o órgão escaneado e, com isso, os médicos teriam o poder de realizar o melhor tratamento possível, realizando cirurgias com ainda mais exatidão.
Pacientes com alguns tipos de paralisia também podem ganhar com a novidade, uma vez que um melhor monitoramento da atividade elétrica do cérebro é capaz de ajudar no desenvolvimento de tratamentos e de novos tipos próteses, por exemplo.
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