Matemáticos refutam teorema clássico que envolve macacos e Shakespeare; entenda

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Contrariando o Teorema do Macaco Infinito, dois matemáticos australianos afirmam que os primatas não seriam capazes de escrever textos complexos, como as obras de William Shakespeare, antes do fim do universo. A conclusão está em um estudo publicado recentemente no periódico Franklin Open.

Usando os limites do universo finito como base, os professores da Universidade de Tecnologia de Sydney (Austrália), Stephen Woodcock e Jay Falletta, examinaram a teoria publicada em 1913 com exemplos reais. Na análise, eles consideraram dois cenários, o primeiro envolvendo um macaco e o segundo toda a população de chimpanzés da Terra.

O chimpanzé foi escolhido para os cálculos devido às suas características mais próximas dos humanos. (Imagem: Getty Images)O chimpanzé foi escolhido para os cálculos devido às suas características mais próximas dos humanos. (Imagem: Getty Images)Fonte:  Getty Images/Reprodução 

No primeiro, um macaco passaria 30 anos pressionando uma tecla por segundo em um teclado com 30 teclas, trazendo todas as letras do idioma inglês e sinais de pontuação. Já no segundo, cerca de 200 mil chimpanzés tocariam uma tecla por segundo sem parar, até o fim da vida útil do universo.

De acordo com os matemáticos, os primatas não conseguiriam replicar as obras de Shakespeare nem mesmo se seguissem digitando por um googol de anos — número um seguido de 100 zeros — tempo estimado para a “morte térmica” do universo. Questões como o que os animais comeriam e como sobreviveriam à morte do Sol não foram levadas em conta.

O que é o Teorema do Macaco Infinito?

A teoria criada há mais de um século sugere que, em uma quantidade infinita de tempo, algo extremamente improvável pode se tornar provável. O exemplo para tal situação é um macaco teclando aleatoriamente, por um intervalo de tempo infinito, recriando a obra de Shakespeare totalmente ao acaso.

Para os autores do estudo, o teorema é verdadeiro, mas também enganoso. Os resultados mostraram apenas 5% de possibilidade de que um único chimpanzé escreva, aleatoriamente, uma palavra curta como “bananas” ao longo de sua vida, se passasse todo o tempo digitando.

“Não é plausível que, mesmo com velocidades de digitação melhoradas ou um aumento nas populações de chimpanzés, o trabalho dos macacos venha a ser uma ferramenta viável para desenvolver trabalhos escritos não triviais”, concluíram os matemáticos.

Vale lembrar que as obras do poeta e dramaturgo britânico somam mais de 880 mil palavras, o que demandaria um tempo muito maior do que a vida útil do universo para ser replicado pelos primatas.

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