A energia solar vem se destacando como uma opção viável e eficiente para os brasileiros. Em maio de 2024, a capacidade instalada de energia solar fotovoltaica no país beneficiou mais de 3,7 milhões de residências, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Essa ascensão reflete um desejo crescente por economia nas contas de luz aliado à conscientização ambiental da população.
Se você se identificou e pensa em investir em energia solar na sua casa, saiba que a escolha da potência ideal do sistema solar é um ponto de atenção. Compreender a potência dos painéis solares e como ela afeta o desempenho do sistema é o primeiro passo para uma uma instalação mais eficiente e econômica.
Continue lendo para descobrir como escolher a potência ideal para o seu sistema solar!
O que é potência do painel solar?
A potência do painel solar é a capacidade que um módulo fotovoltaico tem de gerar energia elétrica, sendo essa medida expressa em watts (W). Em termos práticos, isso significa que quanto maior for a potência de uma placa solar, mais eletricidade ela será capaz de produzir.
A capacidade é influenciada principalmente pela quantidade e pela qualidade das células fotovoltaicas que compõem o painel, podendo ser fabricadas com diferentes materiais semicondutores e integradas a tecnologias que buscam otimizar sua eficiência.
A potência do sistema solar deve considerar os fatores que afetam a captação de energia.Fonte: GettyImages
As potências dos painéis solares podem variar bastante, com opções de 305 W a 590 W, dependendo da aplicação desejada. A maioria dos painéis solares disponíveis no mercado vem com uma garantia de 80% de sua potência original por até 25 anos.
No entanto, essa precaução deve ser respaldada por uma entidade reconhecida no Brasil para que os direitos do consumidor sejam protegidos em caso de falhas no desempenho do painel antes do término do período de garantia.
Como escolher a potência ideal do sistema solar?
A potência a ser escolhida é única para cada projeto, refletindo as necessidades e condições específicas do usuário. Portanto, não existe um valor padrão que sirva para todos os casos.
Para entender melhor os critérios que devem ser considerados ao selecionar a potência do seu sistema solar, confira:
1) Identifique o consumo energético do imóvel
Para residências, avaliar o consumo total de energia envolve considerar o número de moradores e seus hábitos de consumo, enquanto, em empresas, é necessário levar em conta a quantidade de colaboradores e as operações diárias que consomem energia.
A análise da demanda energética do imóvel ajuda a determinar a capacidade do sistema solar a ser instalado. Uma vez identificado o consumo total, é possível calcular a quantidade de placas solares necessárias para atender essa demanda.
Vale ressaltar: cada placa tem uma capacidade específica de geração de energia!
2) Considere a incidência solar
Por ser um país tropical, o Brasil tem uma grande vantagem natural. A exposição ao sol é intensa na maior parte do território. No entanto, essa incidência varia de acordo com a região, sendo que algumas áreas recebem mais radiação solar ao longo do ano do que outras.
Ao planejar a instalação de placas solares, leve em conta as variações regionais. A TecMundo já listou os melhores estados brasileiros para se ter energia solar.
3) Analise o espaço para instalação do sistema solar
Uma análise detalhada das condições do local permitirá desenvolver um projeto eficiente que atenda às expectativas da solução de energia solar escolhida.
Embora a maioria das instalações ocorra no telhado, também existe a opção de colocá-las no solo. Independentemente da escolha, é fundamental realizar uma avaliação técnica para garantir que os painéis estejam posicionados de maneira a evitar sombreamento — que pode comprometer a eficiência da geração de energia.
Além disso, conhecer as dimensões e a orientação da área disponível ajuda a determinar quantas placas podem ser instaladas e, consequentemente, qual será a potência ideal do sistema.
- Confira também: Armazenamento de energia e o futuro da transição energética.
Entenda os valores de potência da placa solar
Os valores de potência de uma placa solar indicam o desempenho que você pode esperar do seu sistema. Os principais indicadores são a Potência Máxima (Pmax) em STC, Potência Máxima (Pmax) em NOCT/NMOT e Tolerância de potência (Power Output Tolerance). Leia a explicação de cada um deles a seguir!
Até 2031, sistemas fotovoltaicos economizarão mais de R$ 84,9 bilhões nas contas de luz dos brasileiros (Absolar).Fonte: GettyImages
Potência Máxima (Pmax) em STC
Potência Máxima (Pmax), medida em Condições Padrão de Teste (STC, em inglês) é o valor que demonstra o máximo de geração elétrica que um módulo pode alcançar em condições ideais, com temperatura da célula a 25°C, irradiação solar de 1000 W/m² e massa de ar de 1.5.
Embora seja uma referência importante, essas condições não refletem as situações reais em que o painel será instalado. Na prática, a potência entregue tende a ser um pouco menor do que a Pmax, considerando as variações climáticas e ambientais do local de instalação.
Potência Máxima (Pmax) em NOCT/NMOT
A Potência Máxima (Pmax) em NOCT (Temperatura Nominal de Operação da Célula) ou NMOT (Temperatura Nominal de Operação do Módulo) é um valor que indica a capacidade de geração de eletricidade da placa solar em condições mais próximas da realidade.
Os testes realizados em laboratórios simulam uma temperatura ambiente de 20°C, irradiância de 800 W/m² (menos luz solar do que no STC), e velocidade do vento de 1 m/s.
As condições são mais similares às que as placas solares enfrentarão no dia a dia, como em um telhado típico, onde a luz solar pode não estar no seu máximo e as temperaturas podem ser mais altas do que o ideal.
Logo, a potência real do painel será aproximadamente 25% menor do que a potência obtida nas condições STC (padrões de teste ideais).
Tolerância de potência (Power Output Tolerance)
A tolerância de potência é fornecida pelos fabricantes de placas solares para indicar a variação de desempenho que o painel pode apresentar em relação à sua potência máxima (Pmax) nas condições padrão de teste (STC).
Ela é expressa em forma de porcentagem e mostra os limites dentro dos quais a produção de energia pode aumentar ou diminuir durante o funcionamento real.
Por exemplo, se uma placa solar tem uma Pmax STC de 400W e a tolerância de potência é de +5%/-5%, significa que a produção de energia pode variar entre 380W e 420W durante o funcionamento. Em condições ideais, ela pode chegar a 420W, mas em situações menos favoráveis, pode cair para 380W.
Ou seja, dependendo das condições, o painel pode operar abaixo ou acima da sua potência nominal.
Atualmente, muitos fabricantes já oferecem placas solares com uma tolerância negativa de 0%, o que garante que o painel nunca produzirá menos do que o valor de Pmax indicado, mas pode operar acima disso em condições ideais. Isso traz mais confiabilidade ao sistema, assegurando um desempenho estável e previsível.
A potência das placas solares pode influenciar diretamente na eficiência e na economia gerada.Fonte: GettyImages
Escolher a potência ideal da placa solar é um processo que envolve considerar diversos fatores, como o consumo de energia, a incidência solar da região, o espaço disponível para instalação e as variações de potência oferecidas pelos painéis.
Além disso, é essencial verificar a qualidade das placas e garantir que elas possuam certificação, assegurando a eficiência e segurança do sistema. Ao avaliar cuidadosamente esses pontos, você estará mais preparado para fazer a melhor escolha para seu projeto de energia solar!
Gostou do conteúdo? Continue navegando pelo TecMundo e aprenda como funciona o imposto sobre a energia solar conhecido como "taxação do Sol"!
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