Desenvolvido por cientistas brasileiros, o novo Modelo para Previsões de Oceano, Terra e Atmosfera (MONAN) previu o furacão Helene, que causou grande destruição nos Estados Unidos e 200 mortes até essa quinta-feira (03). A tecnologia pode ajudar a identificar eventos climáticos extremos com antecedência.
O projeto, liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), objetiva disponibilizar previsões meteorológicas e climáticas com maior precisão e de maneira antecipada. Ele foi criado principalmente para o Brasil, mas pode prever furacões e outros eventos difíceis de simular em qualquer parte do planeta.
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Segundo os responsáveis pelo programa, a previsão do furacão Helene mostrou a potencialidade do MONAN. “Furações são os sistemas meteorológicos de mais alta severidade e de maior dificuldade em simular. Assim, este é um excelente teste para avaliar a dinâmica e a física do modelo”, destacou o pesquisador, Saulo Freitas, que lidera a equipe.
É importante ressaltar que o novo modelo climático brasileiro ainda não está operacional, com a previsão recente fazendo parte da fase experimental. A tecnologia deve passar para a etapa avançada de testes com a chegada de um novo supercomputador que será usado pelos cientistas.
Rastro de destruição
Formado no dia 24 de setembro, o Helene atingiu a costa da Flórida na sequência, avançando para a categoria 4 de severidade três dias depois. Ele se desenvolveu sobre o Golfo do México e ganhou força por causa do aquecimento anormal do oceano Atlântico, de acordo com o Inpe.
Em seguida, atingiu os estados da Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia, Tennessee e Virgínia, com ventos acima dos 220 km/h de velocidade e chuvas torrenciais. O furacão deixou estradas inundadas, várias cidades em ruínas e quase 1 milhão de pessoas sem energia elétrica disponível.
O serviço de telefonia móvel também foi afetado em algumas regiões, o que tem dificultado localizar pessoas dadas como desaparecidas nas áreas afetadas. Com o número de óbitos registrados até o momento, o furacão Helene pode se tornar o mais mortal nos EUA desde o furacão Katrina, em 2005.
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