Atualmente, a teoria mais aceita sobre o universo é a do Big Bang, que explica a constante expansão desde o início de tudo. Na década de 1920, Edwin Hubble observou que as galáxias estavam se afastando umas das outras; assim, ele confirmou que o cosmos está se expandindo. Mas alguns cientistas já propuseram outras explicações para as características observadas no universo, como a teoria da Luz Cansada.
Em 1929, o astrônomo suíço Fritz Zwicky propôs a hipótese da Luz Cansada para tentar explicar a relação entre o desvio para o vermelho e a distância das galáxias. O objetivo era oferecer uma alternativa à ideia de expansão do universo, proposta pelo padre e astrônomo belga Georges Lemaître e confirmada pelas observações de Edwin Hubble.
Apesar de ter sido defendida pelo astrofísico francês Jean-Claude Pecker, a teoria foi amplamente criticada por diversos pesquisadores e acabou sendo descartada pela maior parte da comunidade científica. Mesmo assim, alguns pesquisadores ainda exploram essa possibilidade.
Em um estudo publicado na revista científica Particles, o engenheiro e professor de ciência da computação da Universidade Estadual do Kansas (EUA), Lior Shamir, apresentou novas descobertas que apoiam a ideia originalmente proposta por Zwicky.
"Na década de 1920, Edwin Hubble e George Lemaitre descobriram que quanto mais distante a galáxia está, mais rápido ela se afasta da Terra. Essa descoberta levou à teoria do Big Bang, sugerindo que o universo começou a se expandir por volta de 13,8 bilhões de anos atrás. Mais ou menos na mesma época, o astrônomo preeminente Fritz Zwicky propôs que as galáxias que estavam mais distantes da Terra não se moviam realmente mais rápido", Shamir descreve em um comunicado oficial.
O que é a teoria da Luz Cansada?
Não é à toa que a teoria do Big Bang é a mais aceita pela comunidade científica, pois ela resolve diversos problemas cosmológicos que os cientistas enfrentavam há séculos. Isso não significa que ela reflita completamente toda a realidade do nosso universo, nem que esteja incorreta. Por exemplo, aspectos como a energia e matéria escura ainda não foram completamente compreendidos pela ciência.
Antes de entender o conceito de Luz Cansada, é importante compreender o desvio para o vermelho. Esse fenômeno, também chamado de redshift, é observado em objetos distantes no universo, onde a luz se alonga até se desviar para a parte vermelha do espectro eletromagnético. Quanto mais distante uma galáxia está, maior será esse desvio.
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Como a ideia do Big Bang propõe, o universo está em constante expansão, e uma das evidências que comprovam essa característica é justamente o desvio para o vermelho. Já a hipótese da Luz Cansada tenta explicar que o cosmos não está se expandindo, e que esse desvio para o vermelho seria resultado da luz perdendo energia com o passar do tempo.
Em geral, a teoria da Luz Cansada levanta mais dúvidas do que respostas em relação à expansão do universo.Fonte: GettyImages
Para o astrônomo suíço, o desvio para o vermelho seria causado pela perda de energia dos fótons à medida que viajam longas distâncias, resultando em uma frequência mais baixa que se desloca para o tom vermelho.
Se estivesse correta, a teoria de Fritz Zwicky mudaria completamente o paradigma da astronomia, pois o universo não estaria em expansão. Contudo, como a maioria dos dados científicos aponta para o caso contrário, a comunidade científica descartou essa ideia — com exceção de alguns poucos pesquisadores.
Estudos sobre a Luz Cansada
No estudo recente, o pesquisador Lior Shamir argumenta que a teoria da Luz Cansada foi negligenciada, mas que as novas observações do Telescópio Espacial James Webb (JWST) podem renovar o interesse científico por essa antiga hipótese. As observações mostraram galáxias que parecem mais antigas, o que contrasta com as expectativas da teoria do Big Bang, que sugere um universo jovem e em desenvolvimento.
Os resultados mostraram que galáxias que giram na direção oposta a Via Láctea apresentam um desvio para o vermelho menor do que as que giram na mesma direção. A diferença aumenta com a distância das galáxias; sugerindo que o desvio para o vermelho pode estar ligado à distância, como previsto pela teoria de Zwicky. Mesmo assim, isso não é comprovação de nada.
De qualquer forma, a maioria da comunidade científica permanece contrária à hipótese, especialmente porque os dados do JWST também podem ser usados para desacreditar a teoria. O estudo não apresenta nenhuma comprovação empírica, mas os pesquisadores da Universidade do Kansas pretendem continuar investigando o tema.
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