A sutil ligação entre astronomia, mitologia e religião fica evidente conforme estudamos as diversas culturas ao longo da história. Um bom exemplo disso, são os nomes das Luas Cheias, que carregam em si uma rica tradição cultural e histórica.
Até mesmo, o modo como a semana é organizada em sete dias, tem suas origens na Babilônia, onde cada dia era associado a Lua, o Sol ou os planetas visíveis a olho nu em determinas épocas do ano.
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Essa profunda conexão entre o cosmo e a vida diária nos mostra a importância que os eventos celestes sempre tiveram para as diferentes civilizações no decorrer da evolução humana, sendo uma parte essencial desde para criação de seus mitos e crenças, como também para a organização do tempo.
No caso das Luas Cheias, os nomes foram inspirados pela cultura dos primeiros nativos da América do Norte, em uma época em que ainda não havia uma classificação de dias e datas como conhecemos hoje.
Muitas civilizações antigas, cultuavam a Lua como uma dividade.Fonte: Getty Images
Para muitas tribos da região, os dias e meses eram contabilizados por meio das estações do ano, mas algumas também usavam o conceito de observar a lua para calcular o período; por exemplo, um ano poderia durar 12 Luas Cheias, dependendo da tribo.
“O ciclo das fases lunares dura quase um mês, com 29,5 dias, um período conhecido como mês sinódico. Assim, a Lua Cheia ocorre tipicamente uma vez por mês do calendário, mas, quando a lua cheia acontece dentro dos dois primeiros dias de um determinado mês, uma segunda lua cheia pode ocorrer dentro do mesmo mês. Este fenômeno, conhecido como ‘lua azul’, ocorre em média uma vez a cada 33 meses”, e enciclopédia Britannica descreve.
Origem dos nomes das Luas Cheias
Os antigos povos originários, utilizavam diferentes nomes para as Luas Cheias, que podiam ser 12 nomes distintos, mas também poderiam ser 6 ou 7. Por conta disso, os colonizadores norte-americanos adotaram alguns desses nomes nativos para as Luas Cheias e os aplicaram ao calendário gregoriano.
Antes de explicar cada nome, não podemos nos esquecer da Lua Azul: trata-se de um evento celeste raro que acontece quando ocorrem duas luas cheias em um único mês ou uma quarta lua cheia em uma estação que normalmente teria três. Isso acontece por conta do ciclo lunar de aproximadamente 29,5 dias, a cada dois anos e meio.
A beleza e os mistérios lunares, sempre fascinaram a humanidade.Fonte: Getty Images
Segundo o Royal Museums Greenwich, diferentes tribos indígenas usavam palavras distintas para classificar o mesmo período. No caso das Luas Cheias, os colonizadores adotaram principalmente a nomenclatura usada pelas tribos Algonquins.
Janeiro - Lua do Lobo
No auge do inverno, era comum ouvir os uivos dos lobos famintos. Esse comportamento inspirou o nome Lua do Lobo, refletindo a luta pela sobrevivência durante os meses mais frios.
Fevereiro - Lua da Neve
Conhecida pelas pesadas nevascas que ocorrem nesse período, a Lua da Neve simboliza o clima rigoroso do hemisfério norte. As condições difíceis também levaram ao apelido de ‘Lua da Fome’, devido à falta de alimentos durante o evento.
Março - Lua da Minhoca
Com a chegada da primavera, o solo descongela e as minhocas emergem, um fenômeno natural que atrai aves migratórias. Esse renascimento da vida terrestre é celebrado como a Lua da Minhoca.
Abril - Lua Rosa
Apesar de não apresentar uma coloração rosa, essa Lua Cheia recebe seu nome em homenagem a uma flor silvestre que floresce no início da primavera, a Phlox subulata, popularmente conhecida como ‘musgo rosa’.
A Lua Cheia Rosa, é também conhecida como a Lua de Wesak nas tradições tibetanas e budistas.Fonte: Getty Images
Maio - Lua das Flores
Representando o auge da primavera, a Lua das Flores destaca o florescimento abundante e a renovação da natureza.
Junho - Lua de Morango
O nome da Lua Cheia em junho tem origem na época de colheita dos morangos. Para os povos nativos norte-americanos, era um sinal para iniciar a coleta dessas frutas.
Julho - Lua dos Cervos
Em julho, os cervos machos começam a desenvolver novos chifres. Por isso, o nome Lua dos Cervos reflete esse ciclo.
Agosto - Lua do Esturjão
Naquela época, as tribos observavam que o esturjão era mais facilmente capturado neste mês.
Setembro - Lua da Colheita
Próxima ao equinócio de outono, esta lua cheia proporcionava luz adicional para os agricultores trabalharem até tarde. Por isso, é conhecida como Lua da Colheita.
Outubro - Lua do Caçador
Após a colheita, era a época ideal para caçar e estocar alimentos para o inverno. A Lua do Caçador iluminava melhor e facilitava a busca por animais.
Novembro - Lua do Castor
A Lua do Castor tem duas interpretações: era o período em que os castores estão ativos construindo suas represas para o inverno, e também quando as armadilhas para capturá-los eram armadas.
Dezembro - Lua Fria
Marcando o início do inverno, a Lua Fria representa as noites longas e as temperaturas baixas que caracterizam o mês de dezembro no hemisfério norte.
No decorrer de nossa história, diversas civilizações usavam a posição dos astros no céu para determinar a melhor época do plantio e colheita conforme a vegetação mudava e as estações do ano iam e voltavam. Muito da sabedoria ancestral acabou se perdendo nas areias do tempo, o que reforça ainda mais o compromisso das gerações futuras na preservação de astronomia indígena e seu conhecimento antigo.
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