Se você já assistiu a filmes que mostram a Terra vista do espaço, ou até viu imagens oficiais da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA), provavelmente notou que o planeta apresenta um brilho característico. Por exemplo, os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) conseguem observar um brilho intenso ao longo de todo o horizonte da Terra.
Qualquer viagem espacial que alcance aproximadamente 400 quilômetros de distância da superfície terrestre, como a ISS, permitirá a observação desse brilho. Normalmente, os observadores podem ver faixas de luz nas cores verde, vermelha, roxa e amarela. O nome dessa reação é brilho atmosférico, e sua explicação é mais simples do que parece.
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Talvez você pense que esse brilho seja causado pela iluminação artificial das cidades ao redor do planeta. Contudo, a luminescência permaneceria mesmo se desligássemos todas as fontes de luz ao mesmo tempo. Se fosse possível, um indígena de mais de dois mil anos atrás veria a Terra brilhar do espaço da mesma forma que um astronauta hoje — a principal diferença, seriam as luzes artificiais, mas o brilho não é causado por elas.
“Se você olhar para a Terra a apenas 400 quilômetros acima da superfície, perto da órbita da Estação Espacial Internacional, você pode ver faixas vibrantes de luz vermelha e verde ou roxa e amarela emanando da atmosfera superior. Isso é o brilho atmosférico. O brilho atmosférico ocorre quando átomos e moléculas na atmosfera superior, excitados pela luz solar, emitem luz para liberar seu excesso de energia”,
Para explicar a reação por trás do brilho da Terra quando vista do espaço, reuni informações de especialistas e de agências que estudam o tema.
Por que a Terra brilha?
O brilho atmosférico, também conhecido como airglow, é uma reação que ocorre na atmosfera da Terra. Quando os átomos e moléculas na atmosfera superior são atingidos pela luz solar, eles emitem luz para liberar o excesso de energia. Em alguns casos, a luminescência também ocorre quando átomos e moléculas são ionizados pela radiação solar, colidem e capturam um elétron livre.
Para simplificar: quando a luz do Sol atinge a atmosfera superior, o excesso de energia é liberado como um brilho, que pode ser notado ao observar a Terra do espaço. Na superfície terrestre, o fenômeno mais parecido com esse brilho são as auroras; porém, os processos científicos por trás deles são bastante diferentes.
Em janeiro, a NASA divulgou uma fotografia capturada diretamente da Estação Espacial Internacional que mostra o airglow. Na imagem, é possível ver faixas brilhantes nas cores vermelha, laranja e amarela.
Fotografia do brilho atmosférico capturada da ISS.Fonte: ISS / NASA
Para que a foto capturasse tanto o brilho atmosférico quanto as estrelas ao fundo, a equipe da ISS utilizou uma longa exposição. No entanto, é possível observar o airglow a olho nu durante a noite — desde que você esteja no espaço, é claro. Além disso, a imagem também apresenta parte do Oceano Pacífico
“O airglow carrega informações sobre a temperatura, densidade e composição da atmosfera superior, mas também nos ajuda a rastrear como as partículas se movem pela própria região. Ventos vastos e de alta altitude varrem a ionosfera, empurrando seu conteúdo ao redor do globo — e a dança sutil do airglow segue sua liderança, destacando padrões globais”, a NASA descreve.
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