Estudo reconstrói ancestral comum de toda a vida na Terra

Por Lucas Vinicius Santos

26/08/2024 - 15:002 min de leitura

Estudo reconstrói ancestral comum de toda a vida na Terra

Fonte : NASA

Em um novo estudo publicado na revista científica Nature Ecology & Evolution, um grupo de pesquisadores afirma ter conseguido reconstruir o ancestral responsável por permitir a evolução de todos os organismos vivos na Terra, desde plantas até animais complexos. 

Conhecido como o último ancestral comum universal, ou LUCA (last universal common ancestor), esse organismo prosperou há bilhões de anos no passado da Terra, quando não existia nenhum tipo de ser vivo como conhecemos hoje — nem mesmo os dinossauros.

Não há nenhuma prova física do LUCA; por enquanto, os cientistas não conseguiram nem determinar qual seria a idade aproximada desse ancestral. Enquanto alguns afirmam que ele pode ter surgido há cerca de 3,4 bilhões de anos, outros sugerem que ele apareceu no início da formação do planeta, aproximadamente 4,5 bilhões de anos atrás.

Em um artigo publicado no site The Conversation, os cientistas Edmund R. R. Moody e Sandra Álvarez-Carretero, autores do estudo, explicam que a comunidade científica tem trabalhado há décadas na tentativa de compreender como era o LUCA. Eles utilizaram métodos científicos para reconstruir o genoma do ancestral a partir de amostras de genomas de diferentes tipos de bactérias e arqueias; ao todo, foram 700 genomas.

“Para estimar a fisiologia de LUCA, primeiro inferimos uma filogenia microbiana atualizada de 57 genes marcadores filogenéticos (veja ‘Genes marcadores universais’ em Métodos) em 700 genomas, compreendendo 350 de arqueias e 350  de bactérias. Esta árvore estava em boa concordância com filogenias recentes dos domínios arqueano e bacteriano da vida”, o estudo descreve.

Primeiro organismo vivo?

Com essa reconstrução, os cientistas foram capazes de analisar o metabolismo do LUCA como se ele estivesse vivo. Segundo o estudo, LUCA provavelmente foi um organismo complexo com um genoma pequeno que prosperou na Terra há cerca de 4,2 bilhões de anos. Apesar das descobertas, os pesquisadores afirmam que ainda há muito a entender.

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Estudar o ancestral comum de todos os organismos vivos, o LUCA, é fundamental para entender como a evolução da vida ocorreu.

É importante destacar duas informações: esta não é a primeira vez que o LUCA foi reconstruído, e os próprios cientistas afirmam que não será a última. O LUCA não foi a primeira forma de vida na Terra, mas sim o organismo do qual todos os seres vivos se originaram.

“Nossos resultados sugerem que LUCA era um acetogênio anaeróbico de grau procarioto que possuía um sistema imunológico inicial. Embora LUCA seja às vezes percebido como vivendo em isolamento, inferimos que LUCA fazia parte de um sistema ecológico estabelecido. O metabolismo de LUCA teria fornecido um nicho para outros membros da comunidade microbiana e a reciclagem de hidrogênio pela fotoquímica atmosférica poderia ter sustentado um ecossistema inicial modestamente produtivo”, o estudo acrescenta.

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Por Lucas Vinicius Santos

Especialista em Redator

Lucas Guimarães escreve sobre ciência e tecnologia há mais de dez anos.


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