O icônico Sinal Wow! não veio de civilizações alienígenas, diz estudo

2 min de leitura
Imagem de: O icônico Sinal Wow! não veio de civilizações alienígenas, diz estudo
Imagem: Big Ear Radio Observatory e North American AstroPhysical Observatory (NAAPO)

Um mistério que vem intrigando os astrônomos desde 1977 parece ter finalmente sido esclarecido por uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Habitabilidade Planetária da Universidade de Porto Rico em Arecibo. Eles propuseram uma explicação plausível para o chamado Sinal Wow!, considerado naquele ano como um sinal potencial de inteligência extraterrestre.

Esse forte sinal de rádio, até agora inexplicado, foi captado pelo voluntário Jerry Ehman, no radiotelescópio Big Ear da Universidade Estadual de Ohio, nos EUA. Como parte do programa SETI (iniciais em inglês para Busca por Inteligência Extraterrestre), essa instalação buscava sinais que poderiam indicar a presença de vida inteligente em outros planetas.

O "Orelhão" buscava sinais na linha de emissão de hidrogênio de 1420 MHz, considerada muito importante na radioastronomia por ser uma assinatura natural e universal, uma vez que o hidrogênio é o elemento mais abundante no universo. No dia 15 de agosto de 1977, essa frequência não só foi captada por 72 segundos, mas também de uma maneira forte e diferente de todos os sinais já monitorados, o que levou Ehman a anotar o épico Wow!

O que a nova pesquisa tem a ver com o sinal Wow!?

Grande parte da pesquisa foi realizado no Observatório de Arecibo, antes do seu colapso.Grande parte da pesquisa foi realizado no Observatório de Arecibo, antes do seu colapso.Fonte:  Getty Images 

Liderada por Abel Méndez, a atual pesquisa faz parte do projeto "Arecibo Wow!", uma iniciativa da Universidade de Porto Rico que busca replicar e investigar o "Wow!" original. A expectativa é entender melhor esse evento misterioso e conseguir explorar supostos sinais extraterrestres.

Para isso, a equipe observou vários alvos celestes em frequências entre 1 a 10 GHz, usando o observatório de Arecibo entre 2017 a dezembro de 2020, quando a estrutura de 900 toneladas que sustentava a plataforma sobre a antena parabólica colapsou. Em 2023, eles retomaram as observações, dessa vez a 8 GHz e usando um telescópio de 12 metros, com foco em estrelas anãs vermelhas com planetas potencialmente habitáveis.

Em um comunicado, Méndez conta que "nossas últimas observações, feitas entre fevereiro e maio de 2020, revelaram sinais de banda estreita semelhantes perto da linha de hidrogênio, embora menos intensos do que o sinal Wow! original".

Conclusão sobre a hipótese de o Wow! vir de uma civilização alienígena

Quatro picos de brilho produzidos perto da estrela de Teegarden. Quatro picos de brilho produzidos perto da estrela de Teegarden. Fonte:  PHL@UPR Arecibo 

Para decepção dos ufólogos de plantão, a pesquisa concluiu que a causa do Sinal Wow! nada tem a ver com civilizações alienígenas, mas sim um evento astrofísico raro: "o súbito aumento de brilho de uma nuvem fria de hidrogênio devido à emissão estimulada de uma fonte de radiação forte transitória, como um flare magnetar ou um repetidor gama suave", diz o release.

Apesar de raros, esses eventos podem fazer com que o brilho das nuvens de hidrogênio se intensifique brevemente, o que explica também a natureza efêmera do Wow! Essa proposição também alerta para uma nova fonte de falsos positivos na pesquisa por tecnoassinaturas extraterrestres.

Os quatro sinais parecidos com o Wow!, embora um pouco mais fracos, vieram de uma estrela chamada Teegarden, a apenas 12,5 anos-luz de distância da Terra. Embora esses registros estejam associados as nuvens de hidrogênio frio, uma poderosa explosão de radiação viajando através delas poderia fornecer um boost para o pulso de radiação a quase 1420 MHz.

Mantenha-se atualizado com os últimos estudos científicos aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para entender, porque, Stephen Hawking não queria estabelecer contato com seres extraterrestres.

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.