De acordo com dois novos estudos publicados nas revistas Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) e Nature Geoscience, dados coletados sugerem que o derretimento das calotas polares está afetando a duração dos dias na Terra. Infelizmente, não se trata de um processo natural do nosso planeta, mas de um problema causado pela atividade humana: a mudança climática acelerada do mundo em que vivemos.
Recentemente, outro artigo também sugeriu que o derretimento do gelo polar pode alterar a duração do tempo na Terra. Inclusive, os pesquisadores apontam que o atual ritmo do derretimento sugere que possivelmente não será necessário adicionar um dia bissexto em 2026, como está programado.
Segundo o professor da ETH Zurique (Suíça) e coautor do estudo divulgado pela PNAS, Benedikt Soja, o impacto dos humanos no planeta é maior do que a civilização pode imaginar. Não é à toa que dois estudos apontam que o derretimento das calotas polares pode causar o aumento dos dias no planeta — a diferença no tempo não seria significativa a ponto de alterar a percepção dos seres vivos.
“Quando as massas de gelo da Terra derretem, o modo como o planeta gira também muda. Investigadores da ETH Zurique conseguiram agora mostrar como as alterações climáticas estão a alterar o eixo de rotação da Terra e a duração do dia. A velocidade de rotação, até então influenciada principalmente pela Lua, agora também dependerá muito mais do clima”, é descrito em um comunicado oficial da ETH Zurique.
Derretimento polar e aumento na duração dos dias
Conforme a nova pesquisa explica, as alterações climáticas das últimas décadas estão resultando no derretimento do gelo em regiões da Antártida e Groenlândia. Consequentemente, o gelo derretido se transforma em água e acaba seguindo em direção aos oceanos do planeta. É justamente esse processo que pode afetar a rotação da Terra e, assim, aumentar a duração dos dias.
A velocidade da rotação reduz por que as massas de água estão afastadas do eixo rotacional do planeta.Fonte: Getty Images
A água liberada nos oceanos é transportada dos polos para as latitudes mais baixas, e por isso, a velocidade de rotação do planeta é reduzida. Como consequência, há um aumento de alguns milissegundos no relógio. Ao final do artigo, os pesquisadores concluíram que, se os humanos continuarem produzindo gases de efeito estufa da mesma forma, o efeito 'rebote polar' será maior que o da própria Lua sobre a Terra.
“Mesmo que a rotação da Terra esteja a mudar apenas lentamente, este efeito tem de ser tido em conta quando se navega no espaço – por exemplo, quando se envia uma sonda espacial para aterrar noutro planeta. Caso contrário, não será possível pousar em uma cratera específica de Marte”, disse Soja.
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