#AstroMiniBR: como é possível saber a composição de outros planetas?

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O TecMundo e o #AstroMiniBR, selecionam semanalmente as curiosidades astronômicas mais relevantes produzidas pelos colaboradores do perfil no X para compartilhar com você, um pouco mais do nosso inusitado e admirável universo. Confira!

Para desvendar a composição atmosférica de exoplanetas, astrônomos utilizam técnicas sofisticadas, sendo uma das mais poderosas o estudo de um fenômeno clássico: a difração da luz.

#1: Descobrindo a composição química de outros planetas!

Quando a luz de uma estrela passa pela atmosfera de um planeta, alguns comprimentos de onda dessa luz são absorvidos por diferentes moléculas presentes na atmosfera. Essa luz então segue para a Terra, onde é coletada por telescópios equipados com instrumentos chamados de espectrógrafos.

O espectrógrafo dispersa a luz em seus componentes de cores (semelhante ao modo como um prisma separa a luz em um arco-íris) criando um espectro que revela linhas de absorção específicas.

Cada molécula absorve luz em comprimentos de onda únicos, permitindo que os cientistas identifiquem quais gases estão presentes na atmosfera do exoplaneta. As características do espectro, como a intensidade e a posição das linhas de absorção, permitem aos astrônomos determinar a composição química da atmosfera, em uma técnica conhecida como espectroscopia de transmissão.

Desde então, os astrônomos têm detectado uma série de moléculas na atmosfera de outros planetas, desde as mais simples, como vapor de água, metano e dióxido de carbono, até as mais complexas, como o antraceno. Essa técnica proporciona uma forma extraordinária de compreendermos a diversidade e as condições físico-químicas dos mundos distantes.

#2: Um sistema estelar múltiplo no Cruzeiro do Sul

A constelação do Cruzeiro do Sul é uma das mais reconhecidas do hemisfério sul, composta por cinco estrelas principais que formam uma cruz distintiva no céu. Entre essas estrelas, destaca-se a Alfa Crucis, também conhecida como Acrux, que é um fascinante sistema estelar múltiplo.

Acrux é composto por pelo menos três estrelas principais: Acrux A (Alfa 1), Acrux B (Alfa 2), e uma terceira componente mais distante (Alfa 3). Acrux A e B são ambas estrelas azuis-brancas, do tipo espectral B, localizadas a aproximadamente 321 anos-luz da Terra. Elas orbitam um centro de massa comum, completando uma volta em cerca de 1500 anos.

Além de Alfa Crucis, outras estrelas notáveis do Cruzeiro do Sul incluem Beta Crucis (Mimosa), uma gigante azul localizada a cerca de 280 anos-luz de distância, e Gamma Crucis (Gacrux), uma gigante vermelha a aproximadamente 88 anos-luz de nós.

As distâncias variadas e a composição dessas estrelas ilustram os diferentes estágios de evolução estelar, oferecendo aos astrônomos dados valiosos para estudar a formação e a evolução das estrelas.

A constelação do Cruzeiro do Sul não é apenas um símbolo cultural importante para muitas sociedades no hemisfério sul, mas também um laboratório natural fascinante para a astrofísica estelar de sistemas próximos.

#3: A belíssima AG Carinae!

A imagem que você está olhando acima é a AG Carinae, uma das estrelas mais luminosas e massivas da Via Láctea, pertencendo à rara classe das estrelas variáveis luminosas azuis (LBV, da sigla em inglês).

Localizada a aproximadamente 20 mil anos-luz da Terra, na constelação de Carina, esta estrela supergigante brilha com uma intensidade milhões de vezes superior à do nosso Sol. As LBVs, como AG Carinae, são conhecidas por suas variações dramáticas de luminosidade e por episódios de erupções estelares, onde altas quantidades de matéria são ejetadas para o espaço interestelar.

Esses eventos criam nebulosas espetaculares ao redor da estrela, formadas por material expelido durante as explosões, observável em luz visível e em outros comprimentos de onda.

A vida de AG Carinae é marcada por um equilíbrio delicado entre a pressão radiativa que empurra para fora e a gravidade que tenta colapsar a estrela. Durante seus períodos de instabilidade, AG Carinae experimenta erupções massivas, que podem resultar na perda de até várias massas solares de material.

Esse processo não apenas contribui para a formação das nebulosas ao seu redor, mas também desempenha um papel crucial na evolução da estrela, levando-a potencialmente a um destino espetacular como uma supernova.

O estudo de AG Carinae e de outras estrelas LBV é essencial para entender melhor os processos extremos que ocorrem nas fases finais da vida das estrelas mais massivas do universo.

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