De acordo com um novo estudo publicado na revista científica Astrophysical Journal, uma equipe de astrônomos da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA) afirmou que o Telescópio Espacial James Webb (JWST) captou imagens diretas de um alinhamento de jatos bipolares. Em um comunicado oficial, os pesquisadores declararam que é a primeira vez que a ciência conseguiu capturar esse evento cósmico, localizado na Nebulosa da Serpente.
Situada na zona norte da nebulosa, os pesquisadores conseguiram utilizar os instrumentos do JWST para fotografar um grupo de fluxos protoestelares, formados quando jatos de gás de estrelas colidem com gás e poeira em alta velocidade. Conforme o artigo explica, os dados desse evento cósmico podem oferecer mais informações sobre o processo de nascimento das estrelas.
Os cientistas explicam que o alinhamento só foi possível devido ao poder dos instrumentos do telescópio James Webb, capaz de capturar dados infravermelhos a partir da câmera de infravermelho próximo (NIRCam). Na imagem, os jatos são representados por listras brilhantes que aparecem em vermelho devido à presença de monóxido de carbono e hidrogênio molecular na região.
“Esta área da Nebulosa da Serpente — Serpens North — só fica claramente visível com Webb. Somos agora capazes de captar estas estrelas extremamente jovens e os seus fluxos, alguns dos quais anteriormente apareciam apenas como bolhas ou eram completamente invisíveis em comprimentos de onda ópticos devido à poeira espessa que os rodeava”, disse o principal autor do estudo e associado do Space Telescope Science Institute (EUA), Joel Green, em uma publicação oficial da NASA.
James Webb, jatos e formação estelar
A região já é conhecida por outras descobertas da ciência, como a 'Sombra do Morcego', fotografada pelo Telescópio Espacial Hubble em meados de 2020. Os autores do estudo apontam que a nova detecção é apenas o primeiro passo de uma longa investigação; inclusive, eles também pretendem utilizar o espectrógrafo de infravermelho próximo (NIRSpec), do Webb, para compreender mais sobre a região.
É possível visualizar os jatos bipolares no canto superior esquerdo da imagem, localizada na Nebulosa da Serpente.Fonte: NASA / ESA / CSA / STScI / K. Pontoppidan / J. Green
No futuro, os pesquisadores planejam coletar mais dados para entender como elementos químicos voláteis, como água e monóxido de carbono, sobrevivem à formação de estrelas. A ideia é comparar as informações com dados de outros discos protoplanetários semelhantes e, assim, compreender mais sobre o processo de formação estelar.
“Na forma mais básica, somos todos feitos de matéria proveniente desses voláteis. A maioria da água aqui na Terra originou-se quando o Sol era uma protoestrela infantil, há bilhões de anos. Observar a abundância destes compostos críticos em protoestrelas pouco antes dos seus discos protoplanetários se formarem poderia ajudar-nos a compreender quão únicas eram as circunstâncias quando o nosso próprio sistema solar se formou”, acrescenta o cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, Klaus Pontoppidan.
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