Na última terça-feira (21), o Pentágono afirmou que a Rússia lançou no espaço uma provável “arma antiespacial” que, segundo avaliação dos agentes americanos, é “presumivelmente capaz de atacar outros satélites na órbita baixa da Terra”.
De acordo com a BBC, o satélite russo foi lançado em 16 de maio, do cosmódromo russo de Plesetsk, a cerca de 800 km ao norte de Moscou.
Em fevereiro, o governo americano já havia dito que a Rússia estava desenvolvendo uma arma antissatélite capaz de destruir as comunicações de civis, a vigilância do espaço e as operações militares de comando dos EUA e de seus aliados.
Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, localizado em Washington, DC. (Imagem: Getty Images)Fonte: GettyImages
A existência da suposta arma foi confirmada após um comunicado interno sobre uma ameaça não especificada, mas que era potencialmente perigosa para a segurança do país.
A partir daí, ambas as potências passaram a trocar acusações sobre o uso de armas no espaço. As nações propuseram moções rivais de não-proliferação na ONU como parte da disputa, mas a Rússia vetou a iniciativa dos EUA no mês passado. Na segunda-feira (20), foi a vez dos EUA, Reino Unido e França bloquearem a proposta de Moscou.
Na ocasião, o representante do governo americano, Robert Wood, acusou a proposta da Rússia de “manipulação diplomática”. Ele ainda citou o recente lançamento russo, afirmando que a “provável” arma antiespacial foi posicionada no mesmo anel orbital do satélite americano USA 314.
Rússia se defendeu das acusações
O lançamento do tal satélite foi confirmado pelos russos. Em declaração, a agência espacial russa Roscosmos informou que lançou o Cosmos 2576 em dia 17 de maio (a diferença entre a data norte-americada pode ter sido o fuso-horário), em uma operação realizada “sob o interesse do Ministério da Defesa e da Federação Russa".
Na última quarta-feira (22), o governo russo se posicionou veementemente contra as alegações americanas sobre Moscou ter lançado uma arma antissatélite capaz de destruir sistemas de comunicação. O país tratou o alerta do Pentágono como “notícia falsa”.
O satélite russo foi levado ao espaço em um Soyuz-2.1b, como o da imagem acima. (Imagem: Roscosmos/Divulgação)
Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, disse que os russos não deveriam “responder a qualquer notícia falsa de Washington”. Ele ainda aproveitou para reiterar que a Rússia “sempre se opôs consistentemente à implantação de armas de ataque em órbita baixa da Terra”.
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