Há aproximadamente um ano, dados coletados pela missão espacial indiana Chandrayaan-1 sugeriram que a cauda magnética da Terra pode ser responsável por um processo de formação de água na Lua. Agora, uma equipe de pesquisadores do Southwest Research Institute (SwRI) publicou um comunicado sobre um possível novo evento incomum envolvendo a cauda magnética do planeta.
A partir de dados da Magnetospheric Multiscale (MMS), da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA), os cientistas puderam observar alguns fenômenos causando perturbações na cauda magnética que costumam liberar uma alta quantidade de energia; alguns desses eventos são tão poderosos que podem causar auroras em algumas regiões.
As rajadas de energia foram nomeadas como subtempestades, contudo, elas são diferentes do que é comumente usado para classificar o evento. Normalmente, esse fenômeno apresenta correntes elétricas intensas ou flutuações do campo magnético, mas isso não foi registrado durante a coleta de dados. A única informação relevante detectada durante a missão MMS foi sobre a perturbação magnética em si.
“Queremos ver como a física local observada pelo MMS afeta toda a magnetosfera global. Ao comparar esse evento com as perturbações magnéticas mais típicas, estamos nos esforçando para melhorar nossa compreensão do que causa uma perturbação magnética e a relação entre subtempestades e reconexão”, disse o pesquisador de pós-doutorado do SwRI, Dr. Andy Marshall, em um comunicado oficial.
Subtempestade na cauda magnética da Terra
As subtempestades acompanham a reconexão magnética, um fenômeno que ocorre quando as linhas do campo magnético passam por um processo que libera energia magnética em forma de calor e energia cinética.
A detecção foi realizada em 2017, mas os pesquisadores não conseguiram observar as correntes elétricas e as flutuações do campo magnético. Talvez isso tenha ocorrido porque se trata de um evento único registrado pela MMS, mas os instrumentos podem não ter conseguido detectar todas as características do evento.
A cauda magnética é formada quando o vento solar atinge a Terra, deixando para trás uma cauda que se arrasta pelo nosso planeta.Fonte: SwRI / NASA / Goddard Space Flight Center-
Para identificar se foi um problema dos instrumentos ou se o evento realmente não possui as características clássicas de uma subtempestade, os cientistas da MMS planejam realizar novas medições para solucionar esse mistério.
“É possível existirem diferenças significativas entre os padrões globais de convecção da cauda magnética para subtempestades e a reconexão da cauda não-subtempestade. Não observamos o movimento das linhas do campo magnético à escala global, podendo ser que esta perturbação magnética invulgar tenha sido uma ocorrência muito localizada que o MMS observou. Caso contrário, poderia remodelar a nossa compreensão da relação entre a reconexão da cauda e as perturbações magnéticas”, Marshall acrescenta.
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