Muitas constelações são visíveis a olho nu em diversas regiões da Terra, principalmente em áreas com poluição luminosa reduzida e climas mais amenos. Em diferentes regiões do planeta, os humanos primitivos utilizaram as constelações na contação de histórias, para se localizar e até para entender melhor a astronomia. Apesar disso, a civilização humana não poderá assistir ao espetáculo das constelações para sempre, afinal, elas são formadas por estrelas e as estrelas morrem.
É importante ressaltar que este não é um processo simples e nem rápido, pois o fim de uma estrela pode demorar até bilhões de anos, dependendo do seu tamanho e massa. Por exemplo, o Sol é uma estrutura estelar massiva que se formou há aproximadamente 4,6 bilhões de anos, mas os cientistas prevem que ela morrerá daqui a cerca de 5 bilhões de anos, quando se transformar em uma estrela gigante vermelha.
Os objetos estelares com o tamanho aproximadamente oito vezes menor que o do Sol podem passar por um colapso no seu núcleo em alguns milhões de anos; assim, elas entrarão em um estágio de supernova. Segundo os astrônomos, a estrela Betelgeuse pode morrer em até 100 mil anos e, antes de acabar por completo, explodirá e ficará mais brilhante no céu do que uma Lua cheia.
"Constelação, em astronomia, é qualquer um dos certos agrupamentos de estrelas que foram imaginados — pelo menos por aqueles que os nomearam — para formar configurações conspícuas de objetos ou criaturas no céu. As constelações são úteis para ajudar astrônomos e navegadores a localizar certas estrelas. Desde os primeiros tempos, os grupos de estrelas conhecidos como constelações, os grupos menores (partes de constelações) conhecidos como asterismos, e também as estrelas individuais receberam nomes que conotam alguns fenômenos meteorológicos ou simbolizam crenças religiosas, ou mitológicas", a enciclopédia Britannica explica.
Ou seja, por meio de poucas explicações, já podemos responder que as constelações se transformam significativamente em um período de alguns milhões de anos. Mas como elas se transformam e como funciona essa evolução cósmica? Para responder esse questionamento, reunimos informações de estudos e de especialistas da área.
A evolução das constelações ao longo do tempo cósmico
Além do fato de que todas as estrelas chegarão ao fim em algum momento, o formato das constelações também não será o mesmo ao longo do tempo devido ao movimento estelar. Todas as estrelas estão em constante movimento no universo, contudo, essa movimentação não pode ser percebida pelos seres humanos quando observada a olho nu.
A estrela de Barnard foi a estrela com o movimento mais rápido detectado pelos astrônomos, localizada na constelação do Serpentário. Segundo as atuais medições, visto da Terra, o movimento aparente do objeto é de 10,3 segundos de arco por ano. O termo 'segundos de arco por ano' é utilizado para descrever a taxa de movimento gradual da posição de um objeto no céu em relação às outras estrelas.
Nem todas são tão rápidas, por isso, a maioria das constelações que observamos no céu são aparentemente iguais ao que a civilização primitiva observava há milhares de anos. Mas daqui a mais algumas dezenas de milhares de anos, as constelações se transformarão radicalmente e deixarão de ter a aparência clássica que as fez ganhar nomes de animais e seres mitológicos.
A área central da imagem apresenta a constelação de Leão, entre as constelações de Câncer e Virgem.Fonte: Getty Images
Isso significa que, muito antes das estrelas chegarem ao fim de suas vidas cósmicas, as constelações mudarão significativamente para os observadores na Terra. Há também o movimento da Terra, que mudará a direção do Polo Norte e, consequentemente, afetará a observação do céu noturno.
Conforme explica a pesquisadora Kayleigh Excell ao site Space, a estrela que determinava o norte na época das Pirâmides de Gizé era outra, chamada de Thuban (Alpha Draconis) — atualmente, a estrela que determina o norte é a Polaris (Alpha Ursae Minoris).
Qual é a diferença de constelação e signo?
Como já foi citado, as constelações têm uma forte relação com as antigas mitologias de culturas em todo o mundo, como a própria definição dos signos na astrologia. Apesar de serem conceitos completamente distintos e utilizados em diferentes contextos, os signos e as constelações têm algumas relações simbólicas. Afinal, as 12 constelações do zodíaco são utilizadas para definir os signos; mas isso não envolve nenhum meio científico.
Ambos utilizam o conceito de agrupamento de estrelas, mas a abordagem dos signos é usada para um propósito holístico, associando características de personalidade ao período de nascimento das pessoas. Ao todo, são 12 tipos de signos. Já na astronomia, as constelações são usadas com o auxílio do método científico para estudar diversos fenômenos observados no espaço.
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