O Sol é a principal estrela do Sistema Solar, responsável por influenciar as órbitas de todos os planetas e outros objetos cósmicos na região, e continuará sendo assim pelos próximos cinco bilhões de anos — depois, se transformará em uma estrela vermelha ameaçadora. Quando o Sol estava em seus estágios iniciais de desenvolvimento, há bilhões de anos, a estrela pode ter tido um tipo de irmão gêmeo que se perdeu há muito tempo.
A teoria do irmão gêmeo é uma ideia apoiada por alguns cientistas da atual comunidade científica, sugerindo que o Sistema Solar pode ter feito parte de um sistema binário durante o início de sua formação, há 4,6 bilhões de anos. Teoricamente, não é possível ver o segundo Sol no horizonte porque essa suposta segunda estrela pode ter sido expulsa do nosso sistema durante seus primeiros estágios de desenvolvimento.
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Mesmo que esse gêmeo tenha realmente existido, até o momento, os telescópios e outros instrumentos espaciais não detectaram nenhuma evidência de sua existência. A teoria afirma que, antes de ser arremessada para outra região do universo, a estrela e o Sol podem ter orbitado a Via Láctea mais de doze vezes.
Felizmente, existe um local no Sistema Solar que pode auxiliar a ciência na coleta de mais informações sobre a possibilidade. A nuvem de Oort pode ter registros da estrela, antes de ter sido expulsa do nosso sistema devido a um processo cósmico natural.
O Sol pode ter tido um irmão gêmeo, mas os cientistas ainda não conseguiram confirmar a teoria.Fonte: Getty Images
"Na verdade, isso está a meio caminho da estrela mais próxima, Alpha Centauri. Se Alfa Centauri também tem uma nuvem de Oort, se todas as estrelas têm nuvens de Oort, então todas elas se tocam como bolas de bilhar e o espaço fica cheio delas. A questão é: como isso surgiu? A opinião popular é que talvez eles tenham sido espalhados pelo disco que formou os planetas", disse o co-autor de um estudo sobre o tema e astrofísico de Harvard, Avi Loeb, em mensagem ao site Live Science.
Para explicar um pouco melhor sobre a teoria do irmão gêmeo do Sol, reunimos informações de cientistas e de estudos sobre o tema.
O segundo Sol realmente existiu?
A Nuvem de Oort está localizada nos limites mais distantes do Cinturão de Kuiper e, provavelmente, é um tipo de concha esférica ao redor do Sol, dos planetas e de tudo que está próximo do cinturão. Segundo a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA), é como se uma nuvem espessa e oca, repleta de objetos rochosos gelados, estivesse ao redor do Sistema Solar.
Como se estende por todo o Sistema Solar, a ciência sugere que a nuvem de Oort deve abrigar aproximadamente 100 bilhões de objetos rochosos semelhantes a cometas. Segundo Loeb, não há como os cientistas observarem esses objetos diretamente, mas existem diversas evidências de que eles estão por lá; os cometas do interior do Sistema Solar são um exemplo.
Além de possibilitar mais informações sobre um possível segundo Sol que já esteve presente no universo, a nuvem de Oort pode revelar mais informações sobre o suposto nono planeta do Sistema Solar. O grande problema é que há inúmeros objetos na região, mas a ciência não consegue explicar a existência deles. Se o nono planeta realmente existir, seria ainda mais difícil explicar a nuvem de Oort.
A confirmação do lendário planeta 9, pode contribuir com a teoria que o nosso Sistema Solar, em um passado muito distante, teve um 'segundo Sol'.Fonte: Getty Images
Ao lado do estudante Amir Siraj, Loeb sugeriu que o Sol pode ter trabalhado em conjunto com seu irmão gêmeo, há bilhões de anos, e a força gravitacional de ambos pode ter ajudado a capturar objetos que passavam pelas profundezas do espaço. Talvez por isso, a nuvem de Oort possui inúmeros objetos, o que seria improvável de existir apenas pela força gravitacional do Sol.
Os cientistas sugerem que, se o companheiro binário da estrutura solar realmente existiu, ambas as estrelas teriam força suficiente para capturar os pedaços de rocha e gelo comumente encontrados na região. Isso pode ter ocorrido até que, em algum momento, o suposto irmão gêmeo do Sol tenha sido expulso do Sistema Solar por meio de algum processo natural do cosmos.
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De qualquer forma, os cientistas ainda não encontraram evidências da existência de um segundo Sol. Segundo Loeb, caso o gêmeo estelar tenha existido, provavelmente nunca saberemos sobre sua origem. O que poderia reforçar essa crença seria a descoberta do Planeta 9 e de planetas anões na região da nuvem de Oort, pois contribuiria para a ideia de que o Sistema Solar já teve um gêmeo que auxiliou o empuxo gravitacional desses corpos.
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