Por que as galáxias possuem formas tão diferentes?

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Imagem: Getty Images

Ao olhar para o céu à noite, principalmente longe das luzes das cidades, é impossível não se encantar com o espetáculo de cores, luzes e formas das galáxias. Pedaços do Universo, esses aglomerados de estrelas, planetas, gás e poeira nos dão algumas pistas sobre o passado e nossa história cósmica. Mas, por que são tão diferentes entre si?

Primeiramente, temos que nos lembrar que, embora se apresentem como uma tapeçaria contínua, as galáxias não são estáticas: permanecem em constante movimento e evolução, sendo influenciadas, e moldadas, por diversos fatores dinâmicos. O principal deles, as interações gravitacionais, provocam colisões entre galáxias, fusões de galáxias menores em galáxias maiores e encontros de galáxias com grandes estruturas cósmicas.

Mas há outros fatores, como a matéria escura presente na galáxia, sua taxa de formação estelar, sua localização em aglomerados mais ou menos densos e a imensa variedade de escalas de tempo envolvidas nos processos galácticos, ao longo de bilhões de anos.

Listamos abaixo os principais tipos de galáxias e suas características.

Galáxias espirais

Parecida com a Via Láctea, essa é a Galáxia Catavento.Parecida com a Via Láctea, essa é a Galáxia Catavento.Fonte:  ESA/Hubble e NASA  

Representando 60% de todas as galáxias do Universo, as espirais, como a nossa Via Láctea, se caracterizam por uma estrutura em formato de disco com braços espirais. Elas são cercadas de halos, matéria escura (que, por não refletir luz, se torna invisível, mas exerce atração gravitacional) e aglomerados de estrelas: as mais jovens nos braços com alta concentração de gás, e as mais velhas em todo o disco, no bojo e no halo.

Galáxias elípticas

A galáxia NGC 2865 fica a 100 milhões de anos-luz da Terra. A galáxia NGC 2865 fica a 100 milhões de anos-luz da Terra. Fonte:  ESA/Hubble e NASA 

Consideradas o resultado da evolução final de outras galáxias, as elípticas têm formas redondas ou ovais, contêm pouco gás e poeira e são orbitadas por estrelas mais antigas, que orbitam aleatoriamente em torno do núcleo, pois nessa formação não há disco ou braços. Isso significa que não há também gás para formar novas estrelas. 

Galáxias lenticulares

A galáxia lenticular NGC 4886 contém muitas estrelas antigas.A galáxia lenticular NGC 4886 contém muitas estrelas antigas.Fonte:  ESA/Hubble e NASA 

Galáxias lenticulares são uma espécie de cruzamento entre espirais e elípticas. Elas têm o bojo central e o disco comum às galáxias espirais, mas não têm braços. Porém, assim como ocorre nas elípticas, as galáxias lenticulares têm populações estelares mais antigas e pouca formação estelar contínua.

Galáxias irregulares

A NGC 5264 é uma galáxia anã irregular. A NGC 5264 é uma galáxia anã irregular. Fonte:  ESA/Hubble e NASA 

Formadas provavelmente por interações gravitacionais com outras galáxias ou mesmo pela fusão de galáxias menores, as irregulares têm formas esquisitas, como palitos de dente, anéis ou distribuição caótica de estrelas. Com tamanhos que vão de 100 milhões de sóis a 10 bilhões de massas solares, essas galáxias irregulares têm altas quantidades de gás e poeira, que favorecem a formação de novas estrelas.

Galáxias Seyfert

A espiral NCG 5728 também é uma galáxia ativa do tipo Seyfert. A espiral NCG 5728 também é uma galáxia ativa do tipo Seyfert. Fonte:  ESA/Hubble 

Esta galáxia, e as que seguirão, fazem parte de um grupo conhecido como "galáxias ativas", destacadas das demais por sua extraordinária emissão de energia, que vem não apenas de seu conjunto de estrelas, mas também do seu núcleo galáctico ativo (AGN).

Embora pareçam normais à luz visível, as galáxias Seyfert emitem intensa radiação infravermelha no toro, uma estrutura de gás e poeira em forma de anel que circunda o buraco negro supermassivo no centro da galáxia. Essa energia liberada pelo AGN tem um impacto significativo na evolução das galáxias, pois aquece o gás interestelar e inibe a formação de novas estrelas.  

Quasares

Esse brilho intenso no centro da galáxia Markarian 231 é o quasar mais próximo da Terra.Esse brilho intenso no centro da galáxia Markarian 231 é o quasar mais próximo da Terra.Fonte:  NASA/ESA/Hubble Heritage Team 

Quasares são o tipo mais luminoso de galáxia ativa. Embora seu tamanho de apenas alguns anos-luz a torne bem menor que as demais galáxias, sua emissão de luz através do espectro eletromagnético pode irradiar milhões de vezes mais energia do que a emitidas por galáxias como a Via Láctea. Como entre os quase 1 milhão de quasares conhecidos, há alguns a 13 bilhões de anos-luz de distância, estudá-los se transforma em uma viagem no tempo. 

Blazares

O Markarian 421 é um dos blazares mais próximos da Terra. O Markarian 421 é um dos blazares mais próximos da Terra. Fonte:  Sloan Digital Sky Survey/National Science Foundation 

Embora parecidos com os quasares, por possuírem AGNs extremamente luminosos, os blazares têm algumas diferenças em relação aos seus "primos", como: um jato relativístico direcionado diretamente para a Terra, e emissões de radiação em diversas faixas do espectro eletromagnético, incluindo raios-x, raios gama e ondas de rádio, enquanto a dos quasares é apenas óptica. Mas, devido à sua variabilidade, os blazares são mais difíceis de observar. 

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