No último domingo (24), a Terra passou por uma grande tempestade geomagnética, considerada a mais forte desde 2017; porém, o fenômeno não foi mais intenso do que o Evento de Carrington, que ocorreu na Terra em meados de 1859. A partir da combinação de dados mais recentes com antigos registros, os cientistas mostraram como esse evento poderia afetar a atual civilização humana.
Na ocasião do Evento de Carrington, o Sol expeliu gás e energia que equivalem a 10 bilhões de bombas atômicas em direção à Terra. Algumas regiões do nosso planeta sentiram o fenômeno por meio de falhas nas comunicações telegráficas, que chegaram a eletrocutar operadores e até causaram pequenos focos de incêndio. A explosão solar também causou uma bela visão de aurora boreal do até o sul de Cuba e do Havaí.
A partir de dados coletados na época e analisados por um estudo recente, os pesquisadores consideraram o Evento de Carrington como uma das maiores tempestades solares já registradas na história da civilização humana — pode ter sido mais raro e intenso do que os cientistas acreditavam. O artigo foi publicado na revista científica Space Weathers.
“A tempestade Carrington de setembro de 1859 é uma das maiores tempestades geomagnéticas conhecidas no registro histórico. Dois observatórios em Londres estavam operando na época e, por sorte, ambos registraram a tempestade geomagnética extrema em registros em papel. Estes são mantidos no British Geological Survey e foram disponibilizados online como imagens digitais”, é descrito no estudo.
Evento de Carrington
Após calcularem as medidas registradas em 1859, que foram posteriormente digitalizadas, os pesquisadores do estudo conseguiram determinar algumas características intensas do Evento de Carrington.
Uma das possíveis consequências de grandes explosões solares, como no Evento de Carrington, é a falha de energia elétrica em alguns pontos da Terra.Fonte: Getty Images
Os cientistas afirmam que se o evento tivesse ocorrido alguns anos mais tarde, provavelmente seria muito mais impactante, causando danos elétricos ainda maiores. Além disso, a internet deixaria provavelmente de existir durante algum tempo, como predizem alguns cientistas sobre as explosões solares esperadas para 2024.
A explosão geomagnética da última semana foi considerada uma das mais fortes desde 2017, mas como o ciclo solar está chegando ao seu máximo solar, é possível que novos fenômenos impressionem ainda mais a sociedade humana.
“Os registros contínuos de variação do campo magnético começaram em Greenwich na década de 1840, seguidos por Kew uma década depois. Por acaso, uma das maiores tempestades geomagnéticas já conhecidas, a tempestade Carrington, de 2 a 5 de setembro de 1859, foi medida em ambos. Uma tempestade extrema precursora e menos reconhecida em 28 e 29 de agosto também foi observada”, o artigo explica.
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