Para além de sua expressão artística, a ficção científica se apresenta como um campo fértil para a imaginação humana, criando conceitos à primeira vista insanos, mas que, com os avanços da ciência e tecnologia, transformam-se em novas teorias ou até protótipos de projetos revolucionários.
Citamos abaixo seis conceitos de ficção científica que poderiam, na realidade, ser desenvolvidos, ainda que em teoria.
Da ficção para realidade. Será?
Buracos de minhoca
No filme Interestelar, de 2014, a espaçonave Endurance entra em um buraco de minhoca.Fonte: Warner Bros.
Os buracos de minhoca são atalhos hipotéticos, espécie de túneis que dobram o tecido do espaço, permitindo viagens de um ponto para outro do universo, de forma instantânea. Teorizado em 1935 com o nome de ponte Einstein-Rosen, o conceito veio antes de a ficção científica se apoderar dele.
Embora altamente improváveis, porque as forças descomunais em volta deles destruiria qualquer matéria, eles poderiam ser localizados pela nova geração de detectores de ondas gravitacionais, como os observatórios, LIGO, Virgo e KAGRA.
Raios tratores
O raio trator eletrostático dispara elétrons em objetos, tornando-os magneticamente negativos.Fonte: Tobias Roetsch/gtgraphics.de
Disponíveis desde a década de 1960, na nave USS Enterprise, os raios tratores são uma tecnologia fictícia que permitia às naves da Frota Estelar da série Jornada nas Estrelas a remoção de detritos espaciais e também funcionar como guincho de naves danificadas.
Mas, em outubro do ano passado, esse sonhado equipamento ganhou uma versão real, que pretende usar a atração eletrostática para empurrar lixo espacial perigoso com segurança para fora da órbita da Terra. Todavia, por enquanto, o protótipo aguarda financiadores que banquem a tão necessária faxina da nossa órbita baixa.
Motor de dobra espacial
A propulsão warp era usada na nave Enterprise para driblar a velocidade da luz.Fonte: Star Trek/Warner Bros.
Mais um conceito sofisticado lançado por Jornada nas Estrelas foi o motor de dobra espacial, ou "warp drive". Inspirado no recurso fictício, o físico teórico mexicano Miguel Alcubierre propôs uma versão própria do recurso em 1994, recebida a princípio com entusiasmo pela comunidade científica.
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Teletransporte
A tripulação da Enterprise é rematerializada no pad de destino.Fonte: Star Trek/NBC
Continuando nossa viagem pelo "espaço, a fronteira final" (frase de abertura de Jornada nas, s Estrelas), chegamos a um dos recursos mais desejados pelos fãs: o teletransporte. O processo funcionava com uma ou várias pessoas entrando na plataforma do transportador, convertidas em um padrão de energia por um scanner, depois transmitido a um pad de destino, onde eram todos rematerializados.
No mundo real, o processo, chamado de teletransporte quântico, já existe, segundo a IBM, e consiste em copiar o estado quântico exato de uma partícula, como um fóton, para outra, mesmo a quilômetros de distância. A ação, chamada de emaranhamento quântico, destrói o estado quântico do primeiro fóton, que parece transportado para o local de destino.
Viagem no tempo
O Cilindro de Tipler é o projeto de uma máquina que pretende distorcer o espaço-tempo.Fonte: GettyImages
Embora seja uma obra que aborda a viagem no tempo, De Volta para o Futuro traz alguns paradoxos inevitáveis, como, por exemplo: será que o Doc teria construído sua máquina do tempo em seu DeLorean equipado com o flux capacitor, se não tivesse sido visitado pelo Marty do futuro usando a máquina?
Apesar dos paradoxos, a teoria da relatividade geral mostra que é possível viajar no tempo. Com base nas leis de Einstein, o físico Frank Tipler propôs, em 1974, o projeto de uma máquina do tempo chamada Cilindro de Tipler. Segundo o artigo "Cilindros Rotativos e a Possibilidade de Violação da Causalidade Global", ele teria que ser longo (97 quilômetros) e extremamente denso. O físico David Lewis Anderson prometeu testar o projeto.
Universos paralelos
Multiversos poderiam ter saído do tecido infinito do espaço.Fonte: Getty Images
Uma ideia frequentemente abordada em filmes atuais, os universos paralelos seriam, segundo teorias físicas bem estabelecidas, outras regiões do tecido infinito do espaço, conhecido como "inflação eterna". Assim como o nosso, esses multiversos poderiam ter saído da expansão geral por meio de um Big Bang autocontido, e começado a crescer em ritmos mais serena.
Nesse sentido, podem existir vestígios detectáveis de outros universos, como, por exemplo, o misterioso "ponto frio" no fundo, cósmico de micro-ondas, detectada em 1998 pelo satélite COBE da NASA. Essa região inexplicavelmente mais fria do espaço poderia ser uma "cicatriz" de uma colisão de um universo paralelo com o nosso, conforme o professor Ivan Baldry, da Universidade John Moores, de Liverpool, no Reino Unido.
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