Em 2023, diversas informações sobre Fenômenos Anômalos Não Identificados (UAP, UFO ou OVNI) chocaram o mundo; no início do ano, um painel no Congresso norte-americano formado por ex-militares sugeriu que o governo dos EUA possui naves e corpos de alienígenas. Ainda não existe nenhuma confirmação oficial da existência desses objetos, mas o interesse da ciência sobre o assunto está cada vez maior.
É importante destacar que um OVNI não é uma nave extraterrestre; o termo é utilizado para descrever algo que não pôde ser identificado por quem observou o fenômeno.
- Saiba mais: Afinal, o que são OVNIs?
De acordo com cientistas e ufólogos, mais de 90% dos relatos de aparições desses objetos podem ser explicados facilmente por meio de eventos naturais ou pelo uso da tecnologia humana — como sprites e drones, respectivamente.
Agora, um grupo de pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, publicou um novo estudo que apresenta a relação dos avistamentos de OVNIs com o meio ambiente terrestre. A equipe é formada por geógrafos que buscam entender se os fatores ambientais aumentam ou reduzem os relatos de avistamentos de UAPs.
“Existem muitos fatores que podem contribuir para o relato de objetos anômalos. Ao examinar a distribuição espacial dos relatórios e como eles se relacionam com o ambiente local, esperamos fornecer algum contexto geográfico que possa ajudar a resolver ou compreender os relatórios tanto do público como em ambientes militares”, explica o coautor do estudo e professor da Universidade de Utah, Simon Brewer.
Para explicar um pouco mais sobre a relação dos avistamentos de OVNIs com o meio ambiente, reunimos informações de um estudo recente que aborda o tema.
O estudo busca relacionar os avistamentos de OVINIs com fatores ambientais.Fonte: Getty Images
Avistamento de OVNIs
A partir de informações do Centro Nacional de Pesquisa de OVNIs dos Estados Unidos, os investigadores utilizaram dados de cerca de 98 mil avistamentos que ocorreram entre 2001 e 2020. A maioria desses relatos aconteceu na região ocidental dos EUA, pois ela possui mais espaços abertos no céu e, consequentemente, possibilita mais observações de objetos estranhos.
Em um comunicado oficial da Universidade de Utah, os geógrafos afirmam que entender o contexto ambiental desses avistamentos pode auxiliar na busca de melhores explicações sobre do que eles se tratam. O estudo foi publicado na revista científica Scientific Reports.
O gráfico apresenta o número de avistamentos ao decorrer dos 20 anos de dados.Fonte: Medina / Brewer & Kirkpatrick / Scientifi Reports
Afinal, os Fenômenos Anômalos Não Identificados são realmente inexplicáveis pela ciência ou podem ser colocados na 'caixa' de eventos da natureza? Compreender isso é importante para determinar se esses objetos podem ser considerados uma ameaça para os Estados Unidos e para o resto do mundo.
“A ideia é que se você tiver a chance de ver algo, então é provável que você veja fenômenos inexplicáveis no céu. Há mais tecnologia no céu do que nunca, então a questão é: o que as pessoas estão realmente vendo? É uma pergunta difícil de responder e importante porque qualquer incerteza pode ser uma ameaça potencial à segurança nacional”, destaca o professor associado de geografia na Universidade de Utah e principal autor do estudo, Richard Medina.
Cada um dos relatos utilizados para o artigo foi realizado de forma independente, ou seja, eles são únicos e não foram comprometidos por outras narrativas.
Relação entre meio ambiente e OVNIs
Ao analisar os 98 mil avistamentos nos EUA, a equipe percebeu que a maioria dos relatos ocorreu durante noites em que o céu estava mais claro; isso significa que havia menos poluição luminosa e outros obstáculos visuais, como árvores e edifícios. Os cientistas consideraram fatores importantes, como nuvens, aviões e quão próximos os avistamentos estavam de bases militares.
Fenômenos do meio ambiente confundidos com OVNIs:
- Nuvens lenticulares, pois podem ter uma forma arredondada;
- Padrões climáticos, como raios, auroras e sprites;
- Condições de iluminação, como a refração da luz no horizonte;
- Anomalias geofísicas, como cargas elétricas liberadas por cristais de quartzo;
- Campos magnéticos.
Certos relatos também podem ter sido confundidos com observações de aeronaves militares, helicópteros ou drones, principalmente, quando os avistamentos foram próximos de áreas militares. Os pesquisadores concluíram que a presença de aeronaves privadas ou governamentais, luzes, entre outros obstáculos, podem atrapalhar a identificação desses objetos estranhos.
Os autores afirmam que a maioria desses fenômenos pode ser explicada por simples eventos do meio ambiente, mas alguns deles continuam sem explicação. Como o UFO 'Tic Tac' da observação conhecida como 'Incidente do USS Nimitz', quando um militar da Força Aérea norte-americana perseguiu um objeto estranho que se movia rapidamente pelo céu.
“O Ocidente tem uma relação histórica com a UAP — Área 51 em Nevada, Roswell no Novo México e aqui em Utah temos o Skinwalker Ranch na Bacia de Uinta e atividade militar no Campo de Provas de Dugway do Exército dos EUA. Além disso, há uma comunidade robusta ao ar livre que recria em terras públicas o ano todo. As pessoas estão lá fora e olhando para o céu”, Medina explica.
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