Em uma entrevista recente, o consultor sênior para ciência e exploração da Agência Espacial Europeia (ESA), Dr. Mark McCaughrean, explicou que planetas com características peculiares estão sendo observados no universo.
A região da Nebulosa de Orion, por exemplo, deveria abrigar planetas que se formaram nos discos planetários, contudo, eles são binários; e os cientistas não conseguiram explicar exatamente como esses pares se mantiveram juntos mesmo depois da formação planetária.
- Saiba também: Qual é a origem dos planetas binários rebeldes?
No último século, deixamos de observar apenas os planetas no Sistema Solar e descobrimos mais de 5 mil mundos cósmicos em diferentes regiões do universo. Alguns podem ser explicados pela forma como entendemos a ciência, contudo, os astrônomos ainda desconhecem muitas informações sobre como outros planetas se formaram.
Alguns objetos são chamados de 'planetas impossíveis' porque nem sempre os cientistas conseguem explicar suas características misteriosas.Fonte: Getty Images
Recentemente, a equipe responsável pelo satélite Cheops da ESA anunciou a descoberta de LTT9779b, um exoplaneta que tem temperaturas de 2.000 graus Celsius e é tão grande quanto Netuno. Uma das coisas que os cientistas notaram é que ele não deveria ter nuvens ou atmosfera, mas foram registradas nuvens metálicas que refletem até 80% da luz estelar recebida do espaço.
"Se você tiver uma interação em um disco, talvez possa jogar fora um desses planetas. Portanto, pensa-se que em regiões como Orion, deveria haver espécies de planetas flutuantes, que se formaram originalmente nos discos. O verdadeiro problema é que cerca de 40 deles estão em binários. Eles estão em pares. E então como você expulsa duas coisas juntas que permanecem juntas enquanto saem em um evento violento como esse? Quer dizer, sou um observador: é exatamente isso que pretendo fazer, quebrar as coisas para os teóricos", disse o Dr. Mark McCaughrean ao site IFLScience.
Planetas ‘impossíveis’?
Outras investigações apontam que a Nebulosa de Orion abriga planetas flutuantes em pares que possuem cerca de 60% da massa de Júpiter, nomeados de JuMBOs (Jupiter Mass Binary Objects). De alguma forma desconhecida, os pesquisadores acreditam que eles se formaram como estrelas, e não como planetas.
A imagem do JWST apresenta cinco planetas JuMBOs detectados na Nebulosa de Orion.Fonte: NASA / ESA / CSA / M. McCaughrean / S. Pearson
Em dezembro de 2023, uma equipe de cientistas publicou um artigo descrevendo que utilizou o Telescópio Espacial James Webb (JWST) para estudar o aglomerado estelar IC 348, próximo à região de formação estelar da constelação de Perseu. Eles encontraram três anãs vermelhas que possuem até oito vezes a massa de Júpiter, um atributo que desafia os dados presentes nos atuais modelos cosmológicos.
"É bastante fácil para os modelos atuais criarem planetas gigantes em um disco ao redor de uma estrela. Mas neste aglomerado, seria improvável que este objeto tenha se formado em um disco, ao invés disso, formando-se como uma estrela, e três massas de Júpiter são 300 vezes menores que o nosso Sol. Então, temos que perguntar, como o processo de formação estelar opera em massas tão pequenas, muito, muito menores?", disse uma das investigadoras da ESA, Catarina Alves de Oliveira, sobre as menores anãs marrons já detectadas.
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