Os padrões de fractais são comumente encontrados em quase todos os ambientes da natureza, como em rios, flores, plantas, montanhas, entre outras estruturas naturais — um caso comum são as repetições descobertas ao ampliar flocos de neve. Um estudo recente sugere que isso pode não acontecer em toda a natureza; cientistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, explicam que as copas das florestas não reproduzem esses estereótipos de fractais.
Visto que é comum encontrar os padrões na natureza, os cientistas estavam buscando entender se os fractais poderiam explicar como as copas das florestas, ou seja, a camada superior e mais externa da vegetação, estão organizadas no biossistema natural.
Uma vez que, fractalidade é encontrada em galhos e folhas, eles achavam que o fenômeno também se estenderia às copas, contudo, não encontraram nenhuma semelhança durante a pesquisa.
O objetivo dos pesquisadores era identificar esse fenômeno nas copas das árvores a fim de quantificar a complexidade dos ecossistemas florestais e realizar comparações com outras regiões em todo o mundo. Assim, eles poderiam entender quais são as condições que dão origem aos ambientes que conhecemos, mas não encontraram essas semelhanças após analisarem levantamentos aéreos de nove tipos de florestas.
As copas das florestas não apresentaram sinais de fractais, mas os cientistas apontam que elas tinham outras semelhanças importantes.Fonte: Getty Images
“Cientificamente, esta autossimilaridade tem a propriedade atrativa de permitir descrever um objeto aparentemente complexo usando algumas regras e números muito simples. Descobrimos que as copas das florestas não são fractais, mas são muito semelhantes na forma como se desviam da fractalidade, independentemente do ecossistema em que se encontram”, disse um dos autores do estudo, Fabian Fischer, da Universidade de Bristol.
Florestas e fractais
As amostras de dados foram coletadas por meio de laser em diferentes ambientes, como em florestas secas e savanas tropicais. Cada uma delas tinha aproximadamente 5 quilômetros quadrados de tamanho.
Os pesquisadores utilizaram os dados para desenvolver modelos de alta resolução destas florestas visando compreender se elas seguiam algum padrão de fractal, mas a análise aponta que nenhuma delas apresentou esse fenômeno.
No entanto, o estudo destaca que as florestas mais altas e úmidas mostraram mais autossimilaridade em comparação com os ecossistemas mais baixos e secos. Isso significa que, mesmo sem sinais evidentes de padrões nas copas, todas as nove florestas apresentaram semelhanças na maneira como se 'desviavam' desse fenômeno — essa característica estava relacionada ao tamanho e ao nível de aridez do ambiente.
“A complexidade estrutural da copa é uma propriedade emergente fundamental nos ecossistemas florestais que está diretamente relacionada à capacidade de armazenamento de carbono, ciclagem de água e nutrientes, e à provisão de habitat para a biodiversidade. No entanto, ainda não possuímos um framework geral para quantificar a complexidade estrutural das copas das florestas, e resta saber se existem regras simples que expliquem a enorme variação na estrutura da copa que observamos nas florestas em todo o mundo”, o artigo explica.
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