De acordo com um novo estudo publicado na revista científica The Astronomical Journal, uma equipe de astrônomos detectou um sistema com seis exoplanetas que orbitam a estrela anã TOI-1136, localizada a aproximadamente 270 anos-luz de distância da Terra — inclusive, eles estão analisando mais dados para confirmar a possível existência de um sétimo exoplaneta do mesmo grupo.
Segundo o comunicado de imprensa, trata-se de uma continuação de observações da região espacial que já foram realizadas em 2019 pela mesma equipe. A partir de dados do Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) e de alguns telescópios, os cientistas encontraram os exoplanetas ao detectar variações no movimento estelar por meio do desvio para o vermelho.
Dessa forma, foi possível determinar algumas características dos planetas, como a massa planetária, por meio de medições extremamente precisas. O objetivo dos pesquisadores é utilizar as informações coletadas para auxiliar a ciência na compreensão da formação e evolução dos planetas.
A ilustração apresenta os seis exoplanetas orbitando a estrela anã 'mal comportada' TOI 1136.Fonte: Rae Holcomb / UCI
Enquanto os seis exoplanetas já foram confirmados, os astrônomos estão estudando um possível sétimo que dança em torno da estrela jovem 'mal comportada'. Conforme o estudo, os seis planetas nomeados entre TOI-1136 b a TOI-1136 g podem ser classificados como sub-netunos — isso quer dizer que eles são maiores que planetas rochosos, como a Terra, mas menores que os gigantes Netuno e Urano.
“Vemos o TOI-1136 como sendo altamente vantajoso do ponto de vista da investigação, porque quando um sistema tem múltiplos exoplanetas, podemos controlar os efeitos da evolução do planeta que dependem da estrela hospedeira, e isso ajuda-nos a concentrar-nos nos mecanismos físicos individuais que levaram para que esses planetas tenham as propriedades que têm”, disse um dos autores do estudo, Paul Robertson, professor associado de física e astronomia da Universidade da Califórnia, nos EUA.
TESS e 6 exoplanetas
As medições só foram tão precisas devido aos modelos computacionais desenvolvidos para analisar centenas de dados. Segundo o principal autor do estudo, Corey Beard, muitas tentativas e erros foram necessários antes dos modelos produzirem dados de qualidade, possibilitando que os cientistas compreendam as propriedades distintas dos exoplanetas.
A ilustração acima apresenta o jovem sistema estelar de TOI-1136.Fonte: Rae Holcomb / Paul Robertson / UCI
Enquanto o menor dos seis exoplanetas possui aproximadamente uma largura duas vezes maior que o nosso planeta, alguns outros possuem até quatro vezes o tamanho da Terra. Ao todo, os objetos cósmicos orbitam sua estrela mãe em 88 dias e isso quer dizer que eles possuem um período orbital semelhante ao de Mercúrio.
Em relação à estrela jovem 'mal comportada', pode ser difícil observá-la devido ao seu magnetismo, às manchas solares e às erupções intensas — objetos desse tipo são considerados 'mal comportados' porque são muito ativos.
“Estou orgulhoso que tanto o Observatório Lick da UCO como os Observatórios Keck estejam envolvidos na caracterização de um sistema realmente importante. Ter tantos planetas de tamanho moderado no mesmo sistema permite-nos realmente testar cenários de formação. Eu realmente quero saber mais sobre esses planetas! Poderíamos encontrar um mundo de rocha derretida, um mundo de água e um mundo de gelo, todos no mesmo sistema solar? Quase parece ficção científica”, disse o vice-diretor dos Observatórios da Universidade da Califórnia, Matthew Shetrone.
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