De acordo com um estudo publicado na revista científica Nature, uma equipe de cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, se aprofundou na investigação sobre a luz intensa que surgem em buracos negros.
A partir de uma simulação em um modelo computacional, os pesquisadores conseguiram descobrir a origem dessa luz ligada aos objetos massivos e compreender melhor sobre os Eventos de Disrupção de Marés (TDEs).
Atualmente, os buracos negros são um dos objetos de estudo mais investigados por astrônomos em todo o mundo, afinal, eles ainda continuam um mistério para a ciência. O pouco que sabemos sobre essas estruturas cósmicas massivas é que elas distorcem o espaço-tempo com sua poderosa atração gravitacional.
Os TDEs ocorrem quando estrelas são puxadas e destruídas por um buraco negro muito próximo, assim, sua força gravitacional supera a força de maré da estrela e a destrói por completo.
Os cientistas do novo estudo conseguiram simular com precisão todas as etapas de um Evento de Disrupção de Marés e, a partir disso, descobriram um tipo de onda de choque que era desconhecida. Essa onda pode ser a resposta para a origem da intensa luz em buracos negros supermassivos.
“Eventos de Disrupção de Marés (TDEs) ocorrem quando estrelas são despedaçadas por buracos negros massivos, resultando em flashes altamente luminosos em várias faixas de comprimento de onda. Observações ópticas e ultravioleta de TDEs contradizem modelos simples de emissão desses eventos, mas o debate entre modelos alternativos (por exemplo, potência de choque ou potência de acreção reprocessada) permanece sem solução, pois a ampla gama dinâmica do problema até agora impediu simulações hidrodinâmicas”, os pesquisadores descrevem no estudo.
Luz de buracos negros
Quando estrelas estão próximas do horizonte de eventos de buracos negros supermassivos, elas são puxadas em fluxos de plasma. Durante esse processo, surgem ondas de choque que aquecem e originam a intensa luminosidade dos buracos negros; a força dessa luz pode até superar o brilho de uma galáxia inteira por semanas.
A imagem apresenta o resultado da simulação, mostrando metade de uma estrela sendo destruída por um buraco negro (verde e azul) e o calor gerado pela onda de choque (branco e vermelho).Fonte: Elad Steinberg
Até então, os cientistas não tinham conhecimento deste tipo específico de onda de choque causada por TDEs, confirmando que a luz intensa emitida por um buraco negro nesse processo é causado pela dissipação da onda de choque. Os pesquisadores acreditam que o estudo levará a uma maior exploração e observação sobre as características fundamentais dos buracos negros.
“Estas descobertas abrem caminho para traduzir as observações do TDE em medições precisas de propriedades cruciais do buraco negro, incluindo massa e rotação. Além disso, estas ocorrências cósmicas poderiam servir como um teste decisivo para validar as previsões de Einstein em ambientes gravitacionais extremos”, é descrito em um comunicado oficial sobre a descoberta.
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