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Ciência

Telescópio James Webb revela fonte de brilho misterioso do universo primitivo

Em um novo estudo, cientistas conseguiram detectar a fonte responsável por um brilho misterioso do universo primitivo, conhecido como emissões Lyman-alfa.

Avatar do(a) autor(a): Lucas Vinicius Santos

schedule22/01/2024, às 07:00

Fonte:  Nature / Witten 

Imagem de Telescópio James Webb revela fonte de brilho misterioso do universo primitivo no tecmundo

No início do universo primitivo, tudo estava tão escuro que não seria possível enxergar nada, até que as primeiras estrelas começaram a se formar e iluminar os seus arredores com luz UV. Contudo, antes mesmo disso, uma luz misteriosa chamada de emissões Lyman-alfa começaram a iluminar o universo

Segundo um recente estudo publicado na revista científica Nature Astronomy, os pesquisadores podem ter encontrado a resposta para as emissões Lyman-alfa. Quando as primeiras estrelas começaram emitir radiação UV, os cientistas chamaram o período de Época da Reionização, mas ainda sabem pouco sobre o que aconteceu antes disso.

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Para responder sobre a origem das emissões Lyman-alfa, os cientistas utilizaram dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST), pois seus instrumentos podem detectar dados emitidos pelas estrelas nas primeiras galáxias do universo.

Os astrônomos utilizaram dados do JWST e conseguiram determinar a origem de uma das regiões do universo primitivo onde ocorre a emissão de Lyman-alfa, na galáxia EGSY8p7. Conforme os resultados, essa região possui um aglomerado de galáxias menores e mais escuras que não conseguiram ser observadas por meio do Telescópio Espacial Hubble.

“Aqui, aproveitamos a vantagem única das imagens de alta resolução e alta sensibilidade da câmera próxima ao infravermelho do Telescópio Espacial James Webb para mostrar que todas as galáxias em uma amostra de emissores Lyman-alfa com redshift têm companheiras próximas”, os pesquisadores descreveram no artigo.

Emissões Lyman-alfa

Os cientistas explicam que as primeiras galáxias que surgiram durante o início do Big-Bang emitem quantidades significativas de emissões Lyman-alfa, contudo, a maioria delas foi 'bloqueada' pelo hidrogênio que preencheu o espaço entre essas galáxias. Eles explicam que as fusões de galáxias e formação estelares do universo primitivo são responsáveis por esse brilho misterioso do início de tudo.

A imagem apresenta emissões Lyman-alfa na galáxia EGSY8p68, localizada próxima da constelação de Boötes.A imagem apresenta emissões Lyman-alfa na galáxia EGSY8p68, localizada próxima da constelação de Boötes.

A descoberta foi realizada após os autores do estudo compararem uma simulação de fusão galáctica com uma imagem real coletada pelo JWST. Os resultadores demonstram que essas galáxias e estrelas primitivas emitem emissões Lyman-alfa e que, em poucas palavras, as fusões galácticas são responsáveis por esse processo.

De qualquer forma, é importante destacar que os cientistas continuarão a realizar mais experimentações em relação ao tema para confirmar suas teorias e compreender melhor sobre as emissões do início do universo primitivo.

“Onde o Hubble via apenas uma grande galáxia, Webb vê um aglomerado de galáxias mais pequenas em interação, e esta revelação teve um enorme impacto na nossa compreensão da inesperada emissão de hidrogênio de algumas das primeiras galáxias”, disse o outro autor do estudo, Sergio Martin Alvarez, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

Mantenha-se atualizado sobre as últimas descobertas da astronomia aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para saber também como o telescópio James Webb capturou a 'teia cósmica' mais antiga do universo.