Uma equipe de astrônomos afirma ter detectado o que parece ser o buraco negro mais leve já detectado pela ciência; eles ainda não confirmaram que se trata de um buraco negro. Até o momento, os cientistas têm duas hipóteses principais para o objeto massivo misterioso: os dados sugerem que pode ser um buraco negro ou uma estrela de nêutrons. O estudo foi publicado na revista científica Science.
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O interessante é que a confirmação é muito importante para qualquer um dos resultados. Caso seja um buraco negro, será o mais leve já detectado pelos astrônomos; mas se for uma estrela de nêutrons, pode ser considerada a mais pesada do gênero. O objeto cósmico possui uma massa entre 2,09 e 2,71 a massa do nosso Sol e está em uma região desértica da Via Láctea que possui poucas estrelas de nêutrons ou buracos negros.
Os cientistas sugerem que o objeto pode ser o buraco negro mais leve (ilustração) já detectado ou a estrela de nêutrons mais massiva encontrada na Via Láctea. Fonte: Daniëlle Futselaar / artsource.nl
A partir de dados do radiotelescópio MeerKAT, a equipe internacional de cientistas afirma que o objeto cósmico está orbitando um pulsar de milissegundos de rotação rápida em um aglomerado globurar.
Localizado há 40 mil anos-luz de distância da Terra, a estrutura pode representar um buraco negro binário que possibilitaria mais testes envolvendo a Teoria Geral da Relatividade, desenvolvida por Albert Einstein.
“Qualquer possibilidade para a natureza da companheira é excitante. Um sistema pulsar-buraco negro será um alvo importante para testar teorias de gravidade e uma estrela de nêutrons pesada fornecerá novos conhecimentos em física nuclear em densidades muito elevadas”, disse o astrofísico Ben Stappers, da Universidade de Manchester, na Inglaterra.
Buraco negro ou estrela de nêutrons?
Seja um buraco negro leve ou uma estrela de nêutrons massiva, qualquer uma das possibilidades pode auxiliar os cientistas na busca de respostas sobre o cosmos. No caso de uma estrela de nêutrons, os cientistas podem utilizá-la para alcançar uma melhor compreensão sobre a física nuclear em densidades elevadas; já um buraco negro pode auxiliar em testes de gravidade.
A imagem apresenta o aglomerado de estrelas NGC 1851.Fonte: NASA / ESA / G. Piotto / Gladys Kober
Atualmente, o conhecimento da ciência sobre buracos negros sugere que os objetos do tipo mais leves são aproximadamente cinco vezes mais massivos que o Sol, por isso, a descoberta apresentaria o buraco negro mais leve já detectado.
A detecção aconteceu durante observações do aglomerado de estrelas NGC 1851, localizado na constelação de Columba. Comumente, as estrelas interagem umas com as outras na região e é isso que pode ter acontecido. Os cientistas sugerem que colisões entre duas estrelas de nêutrons podem ter criado o objeto em estudo.
“Ainda não terminamos este sistema. Descobrir a verdadeira natureza da companheira será um ponto de viragem na nossa compreensão das estrelas de nêutrons, dos buracos negros e de tudo o mais que possa estar escondido na lacuna de massa do buraco negro”, disse o cientista do Instituto Max Planck de Radioastronomia, Arunima Dutt.
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