Nos últimos dez anos, o Dark Energy Survey (DES) coleta e analisa dados sobre energia escura para tentar desvendar um dos maiores mistérios da ciência; atualmente, os cientistas só compreendem 5% de toda a matéria do universo, os outros 68% e 27% são energia e matéria escura, respectivamente. Nesta terça-feira (9), o DES divulgou novos resultados com as medições mais precisas da energia escura até o momento.
A partir dos dados coletados durante seis anos, mais de 400 astrofísicos, astrônomos e cosmólogos de mais de 25 instituições analisaram as informações para compreender a energia escura e, consequentemente, a taxa de expansão do universo. Assim, os cientistas descobriram que a densidade da energia escura pode não ter sido heterogênea ao decorrer dos bilhões de anos do universo.
Apesar de a energia escura continuar sendo um mistério para os cientistas, as medições sugerem que ela está interconectada com a expansão do universo.Fonte: Getty Images
Durante os anos, os pesquisadores estudaram mais de 1,5 mil supernovas e as relacionaram ao conceito de expansão do universo. Segundo os cientistas, em 1998, a expansão do universo foi atribuída a um elemento que continua sendo um mistério para os astrônomos: a energia escura, responsável por quase 70% de tudo que existe.
"Estou muito orgulhoso do trabalho que realizamos como equipe; é uma análise incrivelmente minuciosa que reduz as nossas incertezas a novos níveis e mostra o poder do Dark Energy Survey. Não utilizamos apenas dados de última geração, mas também desenvolvi métodos pioneiros para extrair o máximo de informações do Supernova Survey. Estou particularmente orgulhoso disso, pois desenvolvi o método para selecionar as supernovas usadas para o levantamento com aprendizado de máquina", disse uma das autoras, Anais Möller, do Centro de Astrofísica e Supercomputação da Universidade de Tecnologia de Swinburne, na Austrália.
Energia escura
Conforme os pesquisadores explicam em um comunicado oficial, os resultados do Dark Energy Survey são consistentes com o atual modelo cosmológico — ou seja, sugerindo que o universo está se expandido em uma taxa acelerada. A partir de uma técnica pioneira de fotometria, o estudo conseguiu detectar, classificar e medir as curvas de luz das supernovas do tipo 1a observadas ao longo dos anos.
As supernovas do tipo 1a são explosões que ocorrem em sistemas binários de estrelas; por meio desses dados, é possível medir distâncias extremamente longínquas no espaço. Apesar de a energia escura continuar sendo um mistério para os cientistas, as medições mostram que ela está interconectada com a expansão do universo. Inclusive, os resultados demonstram o fim de modelos do tipo 'Big Rip', a qual sugerem que o universo será destruído com a alta velocidade da expansão.
“É um momento muito emocionante ver esta tecnologia inovadora aproveitar o poder de grandes pesquisas astronômicas. Não só conseguimos obter mais supernovas do tipo 1a do que antes, mas também testamos estes métodos exaustivamente, pois queremos fazer medições mais precisas da física fundamental do nosso Universo”, disse Möller em um comunicado de imprensa.
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