Um estudo inédito apresenta uma nova perspectiva para o Cinturão de Kuiper, uma área muito além de Plutão. Os cientistas estão estudando a possibilidade de planetas do tamanho de Marte, conhecidos como planetas flutuantes livres (FFPs), orbitarem o nosso Sol a uma distância de 1.400 unidades astronômicas (UA).
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As consequências do estudo são amplas, uma vez que Plutão, o corpo mais externo conhecido no nosso sistema solar, está a 39 UA e pensa-se que a Cintura de Kuiper se estende até 1.000 UA.
Um universo de planetas errantes
Esta investigação está conforme as estimativas astronômicas atuais que indicam que a Via Láctea pode abrigar milhares, ou até bilhões, desses FFPs. Uma análise recente com base nos dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST) da NASA identificou 540 possíveis 'planetas desgarrados' do tamanho de Júpiter.
Alguns deles podem até mesmo existir como planetas binários rebeldes, o que acrescenta uma nova dimensão à nossa compreensão da existência planetária.
Compreendendo o fenômeno do planeta rebelde
Segundo Amir Siraj, estudante de doutorado da Universidade de Princeton e principal autor do estudo, a pesquisa dos FFPs abre portas para três áreas fundamentais da astrofísica: compreender como os sistemas planetários se formam, explorar potenciais zonas habitáveis no universo e estudar a dinâmica desses planetas e suas interações com estrelas e outros sistemas planetários.
O estudo de Siraj, envolveu uma série de simulações computacionais e sugere que o nosso sistema solar poderia ter capturado tal planeta ao longo de 4,5 mil milhões de anos de sua formação.
O conceito deste artista mostra um planeta rebelde, incrustado de gelo e com a massa da Terra, vagando sozinho pelo espaço.Fonte: NASA’s Goddard Space Flight Center
A possibilidade de um planeta terrestre distante
As simulações do estudo sugerem a existência de um planeta do tamanho de Marte ou Mercúrio nos limites do nosso sistema solar, com uma distância de 600 a 3.500 UA do Sol.
Se existir, este possível planeta terrestre pode fornecer informações importantes sobre a formação e a habitabilidade de planetas em torno de outras estrelas, devido à sua composição rochosa.
Siraj recomenda que sejam realizadas mais pesquisas para compreender os mecanismos de captura de planetas rebeldes e técnicas de observação para localizar esses planetas. O uso de microlentes, uma técnica empregada em pesquisas anteriores, ainda é um método promissor para identificar corpos celestes não conhecidos.
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