Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, publicou um estudo que tem em vista compreender mais sobre um dos temas considerados mais intrigantes da ciência: a matéria escura. Até o momento, a humanidade compreende apenas 5% de toda a matéria do universo, enquanto outros 68% são formados pela energia escura e 27% por matéria escura.
Conforme os cientistas descrevem, a solução para explicar a natureza da matéria escura pode estar escondida dentro de buracos negros primordiais. A teoria sobre a existência dos buracos negros primordiais foi proposta pela primeira vez em 1966, contudo, até hoje ainda não foi identificada nenhuma evidência real sobre o fenômeno. O artigo foi publicado na revista científica The Astrophysical Journal.
Os buracos negros primordiais poderiam responder questões importantes relacionadas ao universo, por exemplo, sobre o que é a matéria escura.Fonte: Getty Images
A teoria criada em 1966 sugere que logo após os primeiros microssegundos do início do Big Bang, o recém-criado universo desenvolveu os buracos negros primordiais. Caso isso seja uma realidade, os pesquisadores do novo estudo apontam que talvez as respostas para a matéria escura possam estar escondidas dentro dessas estruturas massivas.
“O problema da matéria escura agora se tornou sério. No entanto, apesar de quase um século de pesquisa, a origem dessa matéria permanece desconhecida, e nenhuma evidência convincente surgiu para uma solução. Uma proposta de solução é a existência de objetos compactos formados dentro do primeiro segundo após o Big Bang: buracos negros primordiais”, os cientistas descrevem no estudo.
Buraco negro e matéria escura
Como a matéria escura faz parte de grande parte do universo, o estudo sugere que suas explicações poderiam estar escondidas nos buracos negros primordiais, que possivelmente surgiram no início do universo. Trata-se de um experimento mental, pois esse tipo de buraco negro ainda não foi confirmado pela ciência. Caso a hipótese fosse real, os cientistas sugerem que haveriam muito mais desses objetos massivos pelo universo e, provavelmente, eles estariam mais espaçados que estrelas.
Os próximos passos dos pesquisadores é realizar a caracterização asterosísmica de estrelas possivelmente alimentadas por buracos negros primordiais. Caso a detecção seja um sucesso, eles buscarão por uma assinatura única para encontrar outros objetos semelhantes e alcançar uma melhor compreensão sobre o assunto.
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“A principal diferença entre uma estrela Hawking e uma estrela normal estaria perto do núcleo, que se tornaria convectivo devido à acreção no buraco negro. No entanto, poderia ser detectável usando o campo relativamente novo da astrossismologia, onde os astrônomos usam oscilações acústicas para sondar o interior de uma estrela”, a Sociedade Max Planck descreve em um comunicado sobre o artigo.
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