Uma nova forma de prever o pico da atividade solar, essencial para proteger a tecnologia, os voos espaciais e a infraestrutura da Terra, foi proposta recentemente por pesquisadores do Instituto Indiano de Educação e Pesquisa em Ciências em Kolkata. De acordo com o novo estudo, a intensidade máxima do atual ciclo solar ocorrerá já a partir do início do ano que vem.
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O ciclo solar em curso é o 25 e teve início em dezembro de 2019. Essas variações periódicas da atividade magnética do Sol ocorrem em períodos de 11 anos e são marcadas por alterações no número e tamanho das manchas solares, erupções solares e outros eventos da nossa estrela.
As previsões eram de que se tratava de um ciclo relativamente fraco, com tendência de declínio. Mas isso pode mudar se o novo estudo estiver correto.
Como funcionam os ciclos solares?
Ejeção de massa coronal solar.Fonte: NASA/SVS
O nosso Sol nada mais é do que uma imensa esfera de plasma (gás eletricamente carregado). Um dos atributos desse material energético é que, se um campo magnético passa por ele, o plasma se move junto. Parecido com o da Terra, esse campo é dipolo, ou seja, tem um polo positivo (norte) e um negativo (sul) separados por uma distância, por onde passam cargas iguais, mas opostas.
No início de um ciclo solar, as linhas de campo fluem do polo norte para o polo sul, mas, à medida que o Sol gira, o plasma vai arrastando e enrolando as linhas do campo magnético. Esticadas, elas fazem com que o campo magnético suba até a superfície, produzindo manchas solares, áreas do tamanho da Terra, mais frias e aparentemente mais escuras. Um pico de atividade solar acontece quando essas manchas desaparecem.
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Mas, eventualmente, esse campo das manchas solares é perturbado, e ocorrem as erupções ou ejeções da massa coronal (flares) que lançam grande quantidade de partículas para o espaço. Quando elas chegam aqui na Terra, o resultado são belas auroras, mas também consequências adversas para nossos satélites, redes elétricas e sistemas de telecomunicações.
O que diz a nova teoria da atividade solar?
Disco solar com múltiplas manchas solares.Fonte: HMI/SDO/NASA
Em 1935, o astrônomo suíço Max Waldmeier descobriu que quanto mais rápida for a taxa de ascensão de um ciclo de manchas solares, mais forte será a sua força. Isso significa que ciclos mais fortes levam menos tempo para atingir o seu pico.
Mas essa relação, que prevê a força de um ciclo de manchas solares com base em observações da sua fase inicial de ascensão, foi agora posta em xeque. De acordo com os pesquisadores do IISER Kolkata, a taxa de diminuição do campo magnético dipolo do Sol também está relacionada à taxa de ascensão do ciclo contínuo de manchas solares.
Dessa forma, combinando dados da taxa de diminuição do campo magnético dipolo do Sol (regra de Waldmeier) com observações de manchas solares, o estudo sugere que o máximo do ciclo solar 25 deverá ocorrer no início de 2024, com uma incerteza até setembro do mesmo ano.
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