Já está quase no fim do ano e próximo do período de festividades, mas os telescópios espaciais James Webb, Hubble e Euclid continuam a coletar dados de diversas regiões incríveis do universo. No mês de novembro não foi diferente, inclusive, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA), a Agência Espacial Canadense (CSA) e a Agência Espacial Europeia (ESA) divulgaram novas fotos impressionantes do espaço.
As imagens divulgadas não são fotografadas diretamente pelos telescópios; na realidade, elas passam por um processo de tratamento e compilação dos dados coletados. Após a aplicação de diversos filtros e todos os outros os procedimentos necessários, nascem as fotografias que fazem brilhar os olhos dos espectadores em todo o mundo.
Confira 5 imagens fantásticas na NASA em novembro
As agências espaciais divulgaram fotografias incríveis do espaço durante o mês de novembro, utilizando os instrumentos equipados nos telescópios James Webb e Euclid. Por exemplo, a câmera de infravermelho próxima do Webb (NIRCam) revelou uma imagem incrível do 'coração' da Via Láctea.
O 'coração' da Via Láctea possui 50 anos-luz de largura e está a cerca de 25 mil anos-luz de distância da Terra.Fonte: NASA / ESA / CSA / STScl / S. Crowe (UVA)
Por meio de dados de gás e poeira no centro da Via Láctea, a NIRCam conseguiu capturar detalhes de uma região conhecida como Sagitário C, onde ocorreu o nascimento de mais de 500 mil estrelas. A imagem apresenta um belíssimo aglomerado de protoestrelas em estágio inicial de formação estelar; uma dessas protoestrelas é massiva é possui aproximadamente 30 vezes mais que a massa do Sol.
“Os pesquisadores afirmam que apenas começaram a explorar a riqueza de dados sem precedentes em alta resolução fornecidos pelo Webb nesta região, e muitas características exigem um estudo detalhado. Isso inclui as nuvens cor-de-rosa no lado direito da imagem, as quais nunca foram observadas com tanto detalhe”, a ESA divulgou em uma publicação oficial.
Nebulosa Cabeça de Cavalo
No início do mês, o Telescópio Espacial Euclid fotografou em detalhes a Nebulosa Cabeça de Cavalo, ou Bernard 33, na constelação de Órion — a região está localizada a aproximadamente 1.375 anos-luz de distância da Terra. Conforme a agência explica, é o local de formação de estrelas gigantes mais próximo da Terra.
A partir da observação da Nebulosa Cabeça de Cavalo, os cientistas buscam descobrir mais informações sobre a formação de planetas e estrelas na região.Fonte: NASA / ESA / CSA / STScI
Até o momento, essa é considerada a fotografia com maior nitidez da Nebulosa Cabeça de Cavalo; a região é responsável por complexo de nuvens moleculares de Orion que possibilita a formação de estrelas e planetas. Um desses planetas é o SOri62, com cerca de dez vezes a massa de Júpiter.
“Estamos particularmente interessados nesta região, porque a formação estelar ocorre em condições muito especiais”, disse o cientista da Euclide, Eduardo Martin Guerrero de Escalante, associado do Instituto de Astrofísica de Canarias, na Espanha.
Aglomerado de galáxias MACS0416
A partir de um tratamento de imagem que combina a luz visível e infravermelha coletadas pelos telescópios James Webb e Hubble, os cientistas da a NASA, ESA e CSA capturaram uma incrível fotografia do aglomerado de galáxias MACS0416. Além de diversas galáxias, a foto apresenta 14 objetos transientes; em outras palavras, objetos que variam o brilho observado ao longo do tempo.
O aglomerado de galáxias MACS0416 está localizado a aproximadamente 4,3 bilhões de anos-luz de distância da Terra.Fonte: NASA / ESA / CSA / STScI
Entre os transientes descobertos, a equipe de pesquisadores citou o sistema estelar Mothra, formado cerca de 3 bilhões de anos após o início do Big Bang. MACS0416 possui dois aglomerados de galáxias que devem se colidir e formar um único ainda maior.
Galáxia anã NGC 6822
A NGC 6822 é considerada a primeira galáxia anã irregular fotografada pelo Telescópio Euclides, descoberta originalmente pelo astrônomo Edwin Hubble em 1925. Não é a primeira vez que os cientistas coletam dados da região, mas a nova imagem é a única em alta resolução que apresenta os arredores da galáxia anã.
A galáxia anã NGC 6822 está localizada a aproximadamente 1,6 milhões de anos-luz de distância da Terra; ela faz parte do Grupo Local de galáxias da Via Láctea.Fonte: ESA / Euclid / Euclid Consortium / NASA
“Ao estudar galáxias de baixa metalicidade como NGC 6822 na nossa própria vizinhança galáctica, podemos aprender como as galáxias evoluíram no Universo primordial,” disse a cientista do Euclid Consortium e do Instituto Nacional de Astrofísica em Itália, Leslie Hunt.
Estrela SZ Chamaeleontis
A partir de dados do James Webb, cientistas descobriram algumas mudanças significativas na estrela SZ Chamaeleontis (SZ Cha), semelhante ao Sol. Em 2008, o Telescópio Spitzer identificou radiação ultravioleta extrema em um disco protoplanetário ao redor da estrela, contudo, as novas observações do JWST não detectaram a mesma quantidade de radiação.
Os cientistas estão tentando compreender por que as condições de SZ Chamaeleontis mudaram significativamente nos últimos 15 anos.Fonte: NASA / ESA / CSA / Ralf Crawford (STScI)
Os astrônomos acreditam que essa mudança repentina influencia no tempo de formação dos planetas, por isso, eles buscam compreender melhor o motivo dessa variação intensa.
"Os dados tanto do Spitzer quanto do Webb são excelentes, então sabíamos que isso tinha que ser algo novo que estávamos observando no sistema SZ Cha — uma mudança significativa nas condições em apenas 15 anos", disse o coautor de um estudo sobre as observações, Ardjan Sturm, associado da Universidade de Leiden, na Holanda.
Discos protoplanetários
Recentemente, o Telescópio Espacial James Webb coletou dados de vapor de água originado em quatro discos protoplanetários; a informação pode auxiliar na descoberta de uma melhor compreensão sobre a formação dos planetas. Os cientistas acreditam que as pequenas pedras de gelo encontradas na região são equivalentes a ‘sementes’ para o nascimento dos planetas.
A ilustração apresenta dois discos protoplanetários, um compacto e outro mais extenso.Fonte: NASA / ESA / CSA / Joseph Olmsted (STScI)
As rochas de gelo são originadas nas partes mais frias dos discos, mas se movem para as áreas mais quentes e liberam vapor de água fria. Segundo um estudo sobre o tema, esse pode ser um processo crucial para a formação de planetas rochosos.
“Os pesquisadores usaram o MIRI (Instrumento de Infravermelho Médio) de Webb para estudar quatro discos — dois compactos e dois estendidos — em torno de estrelas semelhantes ao Sol. Estima-se que todas essas quatro estrelas tenham entre 2 e 3 milhões de anos, apenas recém-nascidas no tempo cósmico”, a NASA descreve.
Gostou do conteúdo? Então, fique por dentro das descobertas astronômicas aqui no TecMundo e aproveite para descobrir se é possível uma estrela se tornar um planeta.
Categorias