A nossa galáxia, a Via Láctea, um dia pode deixar de existir. Mas calma, não há motivo para pânico! Esse evento só deve acontecer em alguns bilhões de anos, quando nós não estaremos mais por aqui para contar a história.
Segundo os cientistas, o fim da Via Láctea deve acontecer a partir de uma colisão com Andrômeda, a galáxia mais próxima de nós, que está se aproximando a uma velocidade de 110 quilômetros por segundo.
- Saiba também: Via Láctea e Andrômeda já se tocam no espaço
Mas como é possível saber de tudo isso? Uma simulação feita a partir de dados obtidos pelo telescópio espacial Hubble foi capaz de prever como será esse evento.
Embora seja impossível para nós acompanharmos essa colisão, há algo similar ocorrendo a cerca de 90 milhões de anos luz daqui, mais especificamente na constelação de Aquarius. Imagens recentes do observatório Gemini South mostraram uma galáxia peculiar, nomeada de NGC 7727, resultado da colisão de outras duas galáxias.
Os cientistas acreditam que esse processo começou há mais de um bilhão de anos, o que indica que a colisão entre galáxias é lenta e gradual, apesar de toda a energia envolvida. No centro da NGC 7727 estão dois buracos negros supermassivos, um de cada galáxia original, o que pode indicar como será o futuro da colisão entre a Via Láctea e Andrômeda.
Imagens da formação da galáxia NGC 7727, captado pelo observatório Gemini.Fonte: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA
O que são buracos negros supermassivos?
De modo geral, um buraco negro pode ser considerado como última consequência da gravidade. Eles são um objeto com uma massa absurda prensada em um espaço pequeno, gerando uma enorme densidade, cuja velocidade de escape é maior do que a velocidade da luz. Em outras palavras, você pode pensar neles como uma estrada de uma direção única, em que nada escapa. Nem mesmo a luz.
Ao contrário dos buracos negros estelares comuns, que são originados quando uma estrela massiva morre, colapsando em si mesma, a versão supermassiva deste fenômeno ocorre de outra forma. A maior parte deles surgiu através da condensação de enormes nuvens de gás ou da colisão de milhões de estrelas, que colapsaram em sua própria gravidade, no contexto de um universo mais jovem e denso.
Acredita-se que há um buraco negro supermassivo no centro da maioria das galáxias do universo, sendo eles a "cola" que cria toda a estrutura aglomerada de astros e corpos celestes que conhecemos.
No caso da Via Láctea, temos Sagittarius A*, um buraco negro com aproximadamente 4 milhões de vezes a massa do Sol que fica bem ao centro da galáxia. Apesar de parecer impressionante, existem exemplares muito maiores em todo o universo.
Cientistas acreditam que há um buraco negro supermassivo no centro da maioria das galáxias do universo. Fonte: Getty Images
No caso da NGC 7727, por exemplo, ambos os buracos negros supermassivos que estão colidindo são maiores do que Sagittarius A*. Um deles possui 6,3 milhões de vezes a massa do Sol, enquanto o outro é ainda mais impressionante, atingindo a absurda massa equivalente a 154 milhões de sóis.
Atualmente, eles estão separados por aproximadamente 1,6 mil anos-luz, e configuram o par de buracos negros supermassivos mais próximos da Terra. Além disso, são também aqueles com a maior proximidade entre si já vista. Dentro de todo universo conhecido, o título de maior buraco negro super massivo vai para TON 618, com cerca de 66 bilhões de vezes a massa do Sol.
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