Pesquisadores da França e dos Estados Unidos uniram forças para descrever os novos dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST), em relação aos planetas anões Sedna, Gonggong e Quaoar. O estudo publicado em pré-print, traz informações sobre o tamanho e a composição das novas divindades do céu.
De olho no Cinturão de Kuiper, o JWST traz dados mais detalhados dos objetos transnetunianos presentes na região. Apesar de não terem sido descoberto agora, havia pouquíssima informação sobre esses orbes celestes. Nos acompanhe nessa aventura além da vizinhança terrestre.
Planetas Anões
Em 2006 houve uma pequena revolução na comunidade astronômica. Ao criar-se uma nova categoria para planetas, nosso querido Plutão foi rebaixado de categoria, enquanto outros objetos similares a ele, subiram no ranking celeste, deixando de ser asteroides e se tornando planetas anões.
A confusão começou quando se acreditava que Ceres, um planetoide no Cinturão de Asteroides, era maior do que Plutão. Com esse embate, a União Astronômica Internacional (UAI) criou a classificação para os Planetas anões.
Ceres é de fato mais pesada, mas seu diâmetro é menos da metade do de Plutão.Fonte: GettyImages
Para se encaixar nessa nova categoria os corpos celestes devem obedecer aos seguintes critérios: orbitar o Sol e ter massa suficiente para assumir uma forma quase redonda. E Sedna, Gonggong e Quaoar obedecem a todos esses critérios.
Para ser considerado um planeta, além de corresponder aos critérios acima, o candidato também deve conseguir limpar sua órbita, varrendo para fora todos os pedregulhos menores. Dever ser o maior no sistema, não sofrendo interferência gravitacional de outros objetos em sua órbita.
Cinturão de Kuiper
O cinturão de Kuiper é um disco formado por asteroides, cometas, planetoides e suas luas, no sistema solar exterior. Ele fica localizado após a órbita de Netuno, por tanto, muitos os objetos encontrados nele também são conhecidos como Objetos Transnetunianos.
É nesse cinturão onde habitam a maior quantidade dos planetas anões: Plutão, Éris, Haumea, Makemake, e agora, Sedna, Gonggong e Quaoar. O único dos planetoides que não reside na órbita transnetuniana é Ceres, que se localiza no cinturão de esteroides, no interior do sistema solar.
A cinta na borda do nosso sistema solar abriga diversos objetos, incluindo os planetas anões e suas luas.Fonte: Getty Images
Muitos olhares têm se voltado para o fim do nosso sistema solar. Algumas pesquisas indicam que nessa borda e em seus componentes, reside algumas das respostas para compreendermos a formação do nosso sistema.
As viagens espaciais Voyager 2 (1986 e 1989) e New Horizons, que chegou em seu ponto mais próximo de Plutão em 2015, foram as únicas missões que se aproximaram da borda exterior. Porém apesar das belas imagens de sobrevoo, o foco das missões não era estudar o cinturão em si, mas os gigantes gasosos próximos e em específico para a New Horizons, o fabuloso Plutão e arredores.
E aqui entre o Telescópio James Webb, seus aparelhos e seu espelho de 6,5 metros de diâmetro. Mirando para a borda do nosso sistema, o telescópio capta dados e imagens através do Espectrógrafo de Infravermelho Próximo (NIRspec). Essa bisbilhotada nos apresentou dados sobre a possível composição de três planetas anões recém confirmados.
E o universo revela mais três divindades
Sedna
Batizado em homenagem à deusa Inuíte do mar e dos animais marinhos, o planetoide foi observado pela primeira vez em 2012, pelo Observatório de Palomar.
De acordo com os dados do JWST, Sedna apresenta uma coloração avermelhada apontando a presença de elementos como: etano, acetileno, etileno, H2O e traços da possível existência de CO2.
Comparação entre o tamanho de Sedna com a Terra e outros astros.Fonte: NASA/JPL-Caltech
Quaoar
Observado pela primeira vez no Observatório Palomar, através do telescópio Samuel Oschin, o planeta gelado recebeu o nome do deus da criação, de acordo com a mitologia do povo Tongva, originário das Américas.
Alguns estudos relatam a possível existência de anéis em volta do planeta anão, e os dados compilados pela equipe internacional, citam traços da presença de elementos como: etano, H2O em regiões mais profundas do planetoide, gelo de CO2 e ácido cianídrico.
Com aproximadamente 1100 quilômetros de diâmetro, Quaoar é vermelho como seus irmãos.Fonte: Getty Images
Gonggong
Do tamanho de Caronte, lua de Plutão, Gonggong foi descoberto por Michael Brown, David Rabinowitz e Megan Schwamb, em 2007, também no Observatório de Palomar.
Seu nome é originário da mitologia chinesa, onde Gonggong é deus das águas, responsável por enchentes e pela inclinação do céu, graças a uma crise de fúria onde destruiu um dos pilares do firmamento.
Seu nome foi escolhido por uma votação na internet, realizada por seus descobridores.Fonte: Getty Images
Gonggong já foi o maior objeto transnetuniano sem nome, sendo originalmente registrado como 2007 OR10. Seu espectro, também tendo ao vermelho, aponta a presença de sinais de etano, H2O e CO2.
O universo lá fora
De pouco em pouco vamos galgando mais distante no universo. As pesquisas para além de nossa vizinhança nos ajudam a compreender como os planetas foram formados e por quanto tempo resistiram até seu colapso.
Alguns estudos sugerem que os gigantes gasosos, por exemplo, foram formados em outras regiões do nosso sistema solar, e foram migrando gradualmente até se prenderem em suas órbitas atuais.
Olhar para os confins do nosso sistema nos ajuda a compreender como ele foi formado.Fonte: Getty Images
Além disso, vislumbrar objetos transnetunianos, quebra tabus em relação à existência de água, sua geografia e geologia. Plutão, por exemplo, se mostrou uma grata surpresa com suas montanhas, vales e seu coração pulsante que o mantém, de certo modo, vivo.
Agora nos resta aguardar outras novidades vindas diretamente dos confins do nosso universo, seja do Cinturão de Kuiper ou além.
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