Um infográfico de rotina divulgado recentemente pelo Escritório de Coordenação de Defesa Planetária (PDCO) está tirando o sono de muita gente. Na representação visual, que faz uma espécie de balanço das atividades da agência para lidar com o risco de impacto de objetos próximos à Terra (NEOs), 50 objetos maiores que um quilômetro e 14 mil objetos maiores do que 140 metros ainda não foram detectados.
É verdade que nenhuma das rochas citadas tem o tamanho do grande asteroide que atingiu a Península de Yucatán no período Cretáceo, extinguindo os dinossauros (estimado em 10 quilômetros de diâmetro). No entanto, vamos combinar que a queda de uma pedra do espaço, ainda que com 140 metros de diâmetros, poderia causar sérios danos se atingisse uma área habitada.
Para se ter uma ideia dos estragos que um objeto desses é capaz de fazer, basta lembrar que a rocha que caiu no distrito de Chelyabinsk, na Rússia, em 2013, quebrando janelas e ferindo quase 1.500 pessoas, tinha um tamanho estimado de 20 metros.
De olho em asteroides que podem cair na Terra
Ficar de olho em asteroides ou outros objetos que possam atingir a Terra e causar uma possível devastação é a missão da coordenação de defesa planetária da NASA. O PDCO aplica a ciência planetária para garantir que a humanidade esteja preparada para responder prontamente às ameaças de impactos de asteroides e cometas.
Isso inclui desenvolver um grupo de habilidades não só para mitigar esses impactos, caso se tornem reais, mas também evitá-los na medida do possível.
Em dos exemplos mais notáveis de defesa planetária preventiva, a missão Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo (DART) da NASA colidiu de propósito com o asteroide lunar Dimorphos a 11 milhões de quilômetros da Terra, no dia 26 de setembro de 2021. A missão atingiu o seu objetivo e conseguiu desviar a órbita do asteroide.
Por que é difícil encontrar um asteroide no espaço?
Para detectar asteroides potencialmente perigosos, olhos não faltam. De acordo com o preocupante infográfico divulgado pela NASA, até o dia 3 de agosto, mais de 405 milhões de observações de astrónomos amadores e profissionais haviam sido submetidas ao Minor Planet Center, um dos centros-chave da estratégia de defesa planetária da agência espacial.
Conforme os números divulgados, esse incrível exército de telescópios espalhados pelo mundo tem se mostrado eficiente. A contagem final mostrada pelo documento indica a detecção de 32.412 asteroides de todos os tamanhos até a data do levantamento.
No entanto, esse total significativo não muda o fato de que achar um asteroide é literalmente um tiro no escuro. Isso porque esses corpos celestes não possuem luz própria, fazendo com que a única maneira de os observar seja ver a luz solar refletida em suas superfícies.
O infográfico da NASA
Após 405,5 milhões de observações, 57% dos asteroides acima de 140m permanecem desconhecidos. Fonte: NASA
O programa NEO Observations da NASA financia esforços para procurar NEOs ainda não descobertos (usando observatório ao redor do mundo), calcular e refinar as órbitas desses objetos, e pesquisar suas propriedades físicas e composições químicas.
A análise do infográfico de "prestação de contas" é protocolar quando aos números: dos 32.412 NEOs de todos os tamanhos descobertos até o dia 31 de agosto de 2023, 853 deles são maiores do que um quilômetro e 10.541 maiores do que 140 metros.
O problema é que esses objetos acima de 140 metros detectados representam menos da metade (43%) do que se estima existir no espaço em potenciais rotas de colisão com a Terra. Ou seja, existem 14 mil rochas acima de 140 metros e outros 50 maiores que um quilômetro ainda totalmente "no escuro" orbitando sobre nossas cabeças.
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