Sabe aquele momento em que você fecha todas as cortinas da sua casa e apaga as luzes? A escuridão total nos faz quase acreditar que não existe nada no ambiente, mas sabemos que ele está cheio de móveis e outros objetos.
Pois é, existem lugares assim no espaço, como Barnard 68 (B68), uma nuvem escura de poeira e gás interestelar na constelação de Ofiúco, a aproximadamente 400 anos-luz de distância da Terra.
Não é à toa que a região é chamada de 'nuvem escura vazia' por diversos especialistas da área. Nesse caso específico, é realmente como um quarto com a luz desligada, pois existem diversos objetos cósmicos que não estão na frequência da luz visível e, por isso, não conseguimos enxergá-los sem o uso de equipamentos específicos.
Mas a verdade é que existem alguns lugares no espaço que são quase vazios, onde você poderia viajar por milhares de anos sem encontrar nenhum objeto cósmico. Um desses lugares é conhecido como Vazio de Boötes, uma região do espaço com até 330 milhões de anos-luz de diâmetro que abriga pouquíssimas galáxias. Neste caso, é realmente como se você estivesse em um ambiente extremamente vazio e escuro.
Quer saber tudo sobre o que é o Vazio de Boötes, o misterioso grande vazio do universo. Confira abaixo!
O que é o Vazio de Boötes?
Cientificamente, o Vazio de Boötes é considerado um 'vazio astronômico', uma região do espaço com poucas ou nenhuma galáxia; a descoberta do local foi realizada em 1981 por astrônomos e foi nomeada dessa forma por conta da proximidade com a constelação de Boötes. Os cientistas descrevem que essas regiões são consideradas os maiores lugares do universo, assim como os superagloremerados de galáxias.
A região possui entre 250 e 330 milhões de anos-luz de diâmetro, o que representa aproximadamente 2% de diâmetro de todo o universo observável. Os pesquisadores sugerem que esse é um dos maiores vazios que a humanidade tem conhecimento, pois, até 1997, só foram descobertas 60 galáxias por lá — o número pode parecer grande, mas é muito pequeno em comparação com outras regiões.
Os cientistas acreditam que grandes vazios, como o Vazio de Boötes, nasceram durante a origem do nosso universo.Fonte: Wikimedia Commons
Para ter uma melhor noção de quão grandioso é o Vazio Boötes, a distância entre a Terra e a galáxia de Andrômeda é de 2,5 milhões de anos-luz e isso representa apenas 1% do grande vazio. De acordo com as medições dos astrônomos que o estudaram, o local deveria conter cerca de 2 mil galáxias se usarmos a estimativa de que existe uma galáxia a cada dez milhões de anos-luz. Mas por enquanto, são apenas 60 galáxias.
A descoberta foi realizada em 1981, quando Robert Kirshner e uma equipe de astrônomos trabalhavam para calcular os desvios para o vermelho na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos — antes de descobrirem as galáxias, o local era conhecido como o 'Grande Nada'. O centro do Vazio de Boötes está a aproximadamente 700 milhões de anos-luz de distância da Terra.
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O nosso universo é formado por filamentos cósmicos que permeiam tudo que conhecemos e, entre esses filamentos, estão os grandes vazios que abrigam pouquíssimas galáxias. O Vazio de Boötes é o maior deles e pode ter se originado da fusão de outros pequenos vazios que já coexistiam na região.
Conforme explicam os cientistas, o estudo de grandes estruturas cósmicas, como o Vazio de Boötes, pode auxiliar em uma melhor compreensão sobre como aconteceu o início do universo.
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