Mercúrio, o planeta mais interno do nosso sistema solar, está se contraindo. Enquanto o seu núcleo estava esfriando, este corpo celeste experimentou uma pequena contração de volume, que resultou na criação de "falhas de impulso".
Em 1974, a missão Mariner 10 descobriu que Mercúrio estava encolhendo e deixando escarpas no chão. Anos depois, a sonda espacial MESSENGER que orbitou o planeta entre 2011 a 2015, revelou novas imagens das "escarpas lobadas" por toda extensão da superfície de Mercúrio.
Corte transversal da crosta de Mercúrio são um dos indícios que o planeta está encolhendo.Fonte: DA Rothery, CC POR
A contração de Mercúrio causou uma redução aproximada de cerca de 7 km em seu raio. O consenso entre os pesquisadores é que, a maioria dessas escarpas tenham aproximadamente 3 bilhões de anos.
Em uma descoberta recente, o estudante de doutorado da Universidade Aberta, Ben Man, notou pequenas fraturas nas escarpas. Essas características são conhecidas como "grabens", indicando um sinal de estiramento no solo entre duas falhas. Os cálculos sugerem que a maioria dos grabens tem menos de 300 milhões de anos, o que significa um movimento recente.
Escarpa lobada, com grabens visíveis na crista.Fonte: NASA
Os dados do Messenger revelaram 48 grandes escarpas lobadas com grabens definitivos. Outros 244 possuem grabens "prováveis". O projeto BepiColombo, que está previsto para orbitar Mercúrio em 2026, visa confirmar essas descobertas.
A nossa própria lua tem algumas similaridades com Mercúrio. Também esfriou e contraiu com o tempo. Embora menos dramáticas que as de Mercúrio, as escarpas lobadas lunares mostraram ser geologicamente recentes e atuantes. Sismógrafos das missões Apollo detectaram terremotos nas proximidades dessas escarpas.
Além disso, imagens orbitais mostraram rastros de pedras que foram provavelmente desalojadas por esses terremotos. Assim como os grabens de Mercúrio, esses rastros sugerem atividade sísmica recente.
BepiColombo não pousará na superfície de Mercúrio, apenas estudará a órbita, portanto, os dados sísmicos permanecerão indefinidos. Mas a expectativa é que suas imagens possam mostrar evidências de sismos recentes, dando mais luz ao mistério da contração de Mercúrio.
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