Conforme explica um estudo publicado na revista científica Nature Astronomy, pela primeira vez, astrônomos conseguiram produzir uma animação em vídeo de uma vasta rede de teia cósmica que conecta todo o universo. Até então, as detecções anteriores conseguiram apenas detectar os filamentos ao redor de quasares, ou seja, objeto quase estelares que são extremamente brilhosos e estão a uma longa distância da Terra.
Os pesquisadores sugerem que é extremamente importante compreender mais sobre a teia cósmica, pois ela é extremamente importante para o universo. Por exemplo, os dados apontam que aproximadamente 60% do hidrogênio formado durante a explosão do Big Bang está 'escondido' na vasta rede que arquiteta tudo ao nosso redor.
Com o objetivo de buscar mais informações sobre as teias cósmicas mais ocultas do espaço, os cientistas desenvolveram um instrumento chamado Keck Cosmic Web Imager (KCWI), no Observatório W. M. Keck, no Havaí. O dispositivo é capaz de buscar pela impressão digital espectral do hidrogênio absorvendo e reemitindo radiação — um fenômeno conhecido como emissão alfa de Lyman.
“Antes desta última descoberta, víamos estruturas filamentares sob o equivalente a um poste de luz. Agora podemos vê-los sem lâmpada. A teia cósmica delineia a arquitetura do nosso universo. É onde reside a maior parte da matéria normal, ou bariônica, da nossa galáxia e traça diretamente a localização da matéria escura”, disse um dos autores do estudo, Christopher Martin, astrofísico do California Institute of Technology (Caltech), nos Estados Unidos.
Rede de teia cósmica do universo
Observar o universo pode ser uma tarefa difícil, ainda mais se procurarmos por uma luz específica, pois existem diferentes tipos de luzes sendo emitidas em toda a direção. Por exemplo, o brilho do sistema Solar. O uso do KCWI permite subtrair algumas dessas luzes para oferecer uma melhor visualização da emissão alfa de Lyman.
Os cientistas afirmam que a observação da luz direta da vasta rede de teias cósmicas ajudará a encontrar respostas sobre a misteriosa rede de filamentos do universo.Fonte: Caltech
Ao buscar pela luz direta da vasta rede de teia cósmica, a equipe conseguiu compilar um tipo de mapa 3D da emissão alfa de Lyman; que pode ser visualizada no vídeo. Eles calculam que a luz demorou entre 10 e 12 bilhões de anos par a Luz chegar até o instrumento. Ou seja, bem no início do universo, pouco após o Big Bang há 13,8 bilhões de anos.
As novas observações sobre os filamentos também podem auxiliar os astrônomos a criarem um mapa de distribuição da matéria escura. Recentemente, um estudo descreveu que 85% de todo o universo é formado pela matéria e energia escura.
"Nós observamos duas áreas diferentes do céu, A e B. As estruturas de filamentos estarão a distâncias distintas nas duas direções nas áreas, então você pode pegar a luz de fundo da imagem B e subtrair da imagem A, e vice-versa, deixando apenas as estruturas. Eu conduzi simulações detalhadas disso em 2019 para me convencer de que esse método funcionaria”, explica Martin.
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