Em um estudo publicado na revista científica The Astronomical Journal, cientistas do Laboratório de Astrofísica Gravitacional do Centro Espacial Goddard, da NASA, produziram uma simulação que mostra como o céu da Via Láctea pode ser visualizado por meio de ondas gravitacionais. Em um vídeo, é possível observar a intensidade e a frequência dessas perturbações gravitacionais.
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Além de apresentar um visual incrível, a simulação também nos demonstra uma breve impressão de como os futuros instrumentos espaciais, como observatórios de ondas gravitacionais, poderão observar os fenômenos cósmicos da Via Láctea.
Os pontos mais brilhantes apresentam os sinais mais fortes, enquanto as áreas mais coloridas representam as regiões menos conhecidas e as cores mais claras podem ser explicadas como as frequências mais altas das ondas.
O vídeo foi produzido a partir de dados simulados sobre os sistemas binários ultracompactos (UCBs), onde estrelas binárias evoluem para remanescentes estelares — os dados simulam a distribuição esperada e os sinais de ondas gravitacionais destes sistemas. Os cientistas explicam que essas informações não são detectadas facilmente, pois não emitem grandes quantidades de luz visível, o que dificulta a coleta de informações por meio dos telescópios espaciais atuais.
"Sistemas binários... preenchem a Via Láctea, e esperamos que muitos deles contenham objetos compactos como anãs brancas, estrelas de nêutrons e buracos negros em órbitas estreitas. Mas precisamos de um observatório espacial para 'ouvi-los', pois as suas ondas gravitacionais ressoam em frequências muito baixas para os detectores terrestres”, disse a líder da investigação Cecilia Chirenti, associada do Laboratório de Astrofísica Gravitacional do Centro Espacial Goddard e da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.
Via Láctea e ondas gravitacionais
Os sistemas binários ultracompactos costumam ser a casa de anãs brancas, buracos negros ou estrelas de nêutrons, assim, os cientistas utilizaram dados simulados desses ambientes para criar um mapa sintético de todo o céu da Via Láctea.
A imagem apresenta detecções simuladas pelo LISA (na parte de cima) e AMIGO (na parte de baixo) de sistemas UCBs.Fonte: Reprodução/The Astronomical Journal
Os pesquisadores acreditam que os futuros observatórios, como o Laser Interferometer Space Antenna (LISA), da Agência Espacial Europeia (ESA), serão essenciais na detecção das ondas gravitacionais. Atualmente, os instrumentos terrestres dos observatórios LIGO, Virgo e KAGRA detectaram mais de 90 eventos de ondas gravitacionais; um número baixo em relação ao que o nosso universo oferece — até porque muitas fontes dessas ondas estão além da nossa galáxia.
"Nossa imagem é diretamente análoga a uma visão de todo o céu em um tipo específico de luz, como visível, infravermelho ou raios-X. A promessa das ondas gravitacionais é que podemos observar o universo de uma maneira totalmente diferente, e esta imagem realmente enfatiza isso. Espero que um dia eu possa ver uma versão feita com dados reais do LISA em um pôster ou camiseta”, disse o membro da equipe e associado da NASA, James Ira Thorpe.
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