De acordo com um estudo publicado na revista científica Cureus, um homem que vivia na Bulgária foi encontrado em um estágio de mumificação natural, contudo, a grande 'estranheza' é que esse processo aconteceu apenas 16 dias após sua morte. Segundo os autores, pode demorar entre 6 a 12 meses para um cadáver entrar em um estágio de mumificação completo; ou seja, eles ficaram surpresos ao encontrar o corpo.
As investigações apontam que o homem foi encontrado em uma linha de trem em Sófia, na Bulgária, no dia 3 de setembro de 2023. Os cientistas descrevem que as vísceras, o cérebro e outros órgãos 'murcharam' em um tipo de massa sem estrutura; a cor de sua pele variava entre marrom claro e marrom escuro, além de ser dura e com a aparência de couro.
Conforme descreve o relatório da polícia, o homem tinha 34 anos e já era conhecido por ter um histórico de alcoólatra, inclusive, estava desaparecido desde o dia 16 de agosto. No site da Cureus, é possível visualizar as imagens da múmia, contudo, é importante avisar que as imagens são fortes e podem causar gatilhos.
“O cadáver estava vestindo uma camiseta, bermudas e meias, e foi confirmado que essas eram as roupas com as quais ele foi visto pela última vez vivo. Havia informações de que o falecido estava abusando cronicamente de álcool. Durante o exame externo, não foram encontradas lesões traumáticas. A superfície da pele apresentava coloração que variava de marrom claro a escuro e estava dura e com aspecto de couro”, é descrito na introdução do estudo.
Os cientistas ficaram intrigados em como o cadáver mumificado em tão pouco tempo e fora das condições necessárias; imagem ilustrativa.Fonte: Getty Images
Mumificação natural
Eles explicam que uma mumificação natural tão rápida só pode acontecer em um clima extremo, por exemplo, com temperaturas acima de 30 graus, umidade abaixo de 50%, níveis de radiação solar de 600 watts por metro quadrado e velocidades dos ventos de aproximadamente 32 quilômetros por horas. Neste caso, é possível que um cadáver seja mumificado com rapidez, em vez de entrar em estado de decomposição.
Apesar de as condições específicas, o clima de Sofia foi bem diferente do necessário: a temperatura oscilou entre 16 e 33 graus na região, a umidade relativa do ar registrou 52% e a radiação solar média foi de 257,9 watts por metro quadrado. Ou seja, os cientistas ainda não conseguiram explicar exatamente como o homem mumificou ao invés de entrar em decomposição.
“A mumificação precoce é um fenômeno raro em regiões não tropicais ou equatoriais. Determinar o intervalo post-mortem é uma tarefa desafiadora, especialmente em casos de corpos decompostos ou mumificados. O caso apresentado mostra uma mumificação natural completa do corpo humano em apenas 16 dias. O caso ilustrado enriquecerá a literatura e aumentará a conscientização sobre a possibilidade de mumificação que ocorre rapidamente”, os pesquisadores escreveram na conclusão do estudo.
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