Recentemente, cientistas se reuniram no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos, para discutir sobre a missão do Observatório de Mundos Habitáveis (HWO), que buscará por sinais de vida em diferentes exoplanetas. O HWO permitirá que os astrônomos estudem estrelas, galáxias, planetas fora do nosso Sistema Solar (exoplanetas), entre outros objetos cósmicos.
A missão foi proposta pela primeira vez em 2020, como parte de uma pesquisa de astronomia e astrofísica da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. O objetivo é lançar o observatório entre 2030 e 2040. Para tentar chegar ao resultado, foi apresentado um roteiro de 10 anos para finalizar as metas e lançar a missão.
O tempo no espaço seria dividido entre pesquisas voltadas à astrofísica e à astronomia. Para os cientistas presentes durante a proposta, o HWO pode ser uma das missões mais importantes a fim de detectar características de exoplanetas e procurar por sinais de vida como conhecemos.
O telescópio Observatório de Mundos Habitáveis (HWO) poderá nos ajudar a encontrar por sinais de vida em exoplanetas distantes.Fonte: Getty Images
Inclusive, a capacidade do observatório depende do bloqueio de luz de estrelas distante para permitir apenas ‘um 'feixe de informações’. Por exemplo, é como se você estivesse bloqueando a maior parte da luz do Sol para receber apenas as informações mais relevantes; neste caso, os dados refletidos de um planeta próximo.
“Antes de podermos conceber a missão, precisamos de desenvolver as tecnologias-chave tanto quanto possível. Estamos numa fase de maturação tecnológica. A ideia é avançar ainda mais nas tecnologias que permitirão ao Observatório dos Mundos Habitáveis fornecer a sua ciência revolucionária, minimizando ao mesmo tempo os riscos de custos excessivos no futuro”, disse o membro do Grupo de Avaliação Técnica (TAG) do HWO, professor de astronomia e cientista investigador sênior no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Caltech, Dimitri Mawet.
Observatório HWO e a vida em exoplanetas
Em outras palavras, o telescópio utilizará instrumentos para bloquear a luz de estrelas visando estudar os dados das atmosferas de planetas fora do nosso Sistema Solar. Ao bloquear a maior parte da luz, sobrará uma iluminação fraca refletida por um planeta próximo — assim, os pesquisadores poderão procurar por sinais químicos dos blocos de construção da vida.
Para desenvolver o conceito do HWO, a NASA decidiu focar na utilização do coronógrafo, um instrumento avançado utilizado em diversos telescópios, como o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman. De qualquer forma, os cientistas explicam que ainda precisam refinar a tecnologia; por exemplo, no caso da Terra, a luz refletiva pode ser confundida com a luz do próprio Sol, pois ela acaba ofuscando a luz do planeta.
"Estimamos que existam vários bilhões de planetas do tamanho da Terra na zona habitável apenas na nossa galáxia. Queremos sondar as atmosferas desses exoplanetas em busca de oxigênio, metano, vapor de água e outros produtos químicos que sinalizem a presença de vida. Não veremos homenzinhos verdes, mas sim assinaturas espectrais desses produtos químicos essenciais, ou o que chamamos de bioassinaturas”, disse o tecnólogo-chefe do Programa de Exploração de Exoplanetas da NASA no JPL, Nick Siegler.
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