De acordo com um novo estudo publicado na revista científica New Journal of Physics, uma equipe de cientistas propõe que os relógios atômicos podem ser utilizados para detectar flutuações de energia, uma técnica que poderia resultar na observação da matéria escura. O artigo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Sussex e do Laboratório Nacional de Física do Reino Unido, na Inglaterra.
Os especialistas teorizam que é possível utilizar os relógios atômicos, considerados os instrumentos de cronometragem mais precisos do mundo, para detectar diferentes partículas de baixa massa. Hipoteticamente, essas partículas constituem a matéria escura; por isso, o método pode ajudar a responder mais sobre um dos grandes mistérios do universo.
O que é a matéria escura?
Classificado como um dos 'elementos' mais intrigantes do espaço, a matéria escura é uma força invisível teoricamente responsável por agrupar todas as galáxias do universo. Atualmente, os astrônomos acreditam que 23% do universo é composto por matéria escura, 73% é formado pela energia escura e apenas 4% é constituído pela matéria normal que a ciência já conhece.
Por enquanto, não existe nenhuma forma de detecção da matéria escura, por isso, não conseguímos observá-la para compreendê-la melhor.Fonte: Getty Images
"Apresentamos uma nova estrutura para estudar a variação temporal de constantes fundamentais de forma independente do modelo. A independência do modelo implica mais parâmetros livres do que o assumido em estudos anteriores. Usando dados de relógios atômicos… estabelecemos limites nos parâmetros que controlam a variação da constante de estrutura fina e a razão de massa elétron-próton”, é descrito na introdução da pesquisa.
Relógios atômicos e matéria escura
Os relógios atômicos são extremamente precisos, por isso, qualquer oscilação quase imperceptível pode ser detectada, mesmo no caso de uma partícula ultraleve de matéria escura. Até o momento, os cientistas já fizeram modelos teóricos e leituras desses instrumentos para conseguir provar a viabilidade da nova abordagem, contudo, eles ainda precisam realizar experimentos focados na teoria.
É importante destacar que o artigo é apenas uma teoria, porém, resultados positivos seriam de extrema importância para a compreensão da física como conhecemos. Segundo os investigadores, o estudo não se baseia em hipóteses pré-existentes e também pode ser aplicado em relação a outros fenômenos da ciência.
“Consideramos variações em escalas de tempo que vão de um minuto a quase um dia. Além disso, usamos nossos resultados para derivar alguns dos limites mais rígidos até o momento no espaço de parâmetros de modelos de matéria escura ultraleve e partículas semelhantes a áxions… A investigação da variabilidade das constantes fundamentais está fortemente ligada às suposições fundamentais e aos problemas pendentes da física moderna”, os pesquisadores descrevem no artigo.
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