Recentemente, um artigo não revisado por pares e publicado na revista de pré-impressão arVix se aprofundou em uma perspectiva do estudo dos buracos negros que não é tão explorada pelos cientistas da atualidade.
Na Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, os buracos negros podem ser estudados pela curvatura do espaço-tempo, contudo, os cientistas se concentraram em pesquisar a torção dos buracos negros.
De acordo com uma abordagem criada pelos físicos John Wheeler e Jacob Bakenstein, os 'buracos negros não têm cabelo', uma analogia que explica a falta de características que diferenciam os buracos negros — como os cabelos de uma pessoa, enquanto alguém pode ser loiro, outro pode ser moreno, liso, encaracolado e assim por diante. A teoria explica que esses objetos massivos não têm nada que os diferenciam entre si, por possuírem três características idênticas, são elas: massa, carga elétrica e momento angular.
A concepção de um ‘buraco negro sem cabelos’ é formada pela teoria da relatividade geral de Einstein, contudo, os cientistas do novo estudo explicam que também podem aplicar a relatividade para se concentrar na 'torção' de um buraco negro. A curvatura do espaço-tempo é comumente usada por que foi o primeiro conceito criado por Albert Einstein, mas ambas interpretações são consideradas "matematicamente equivalentes".
A abordagem da torção pode explicar os ‘cabelos dos buracos negros’.Fonte: Getty Images
“Examinamos a formulação teleparalela da gravidade de Einstein-Gauss-Bonnet escalar não minimamente acoplada. Na formulação teleparalela, a gravidade é descrita pela torção em vez da curvatura, fazendo com que o invariante de Gauss-Bonnet usual, expresso através da curvatura, se decomponha em dois invariantes separados construídos a partir da torção”, é descrito na introdução do artigo.
Buracos negros têm 'cabelos'
A abordagem da torção também é conhecida como gravidade 'teleparalela', por conta do estudo de linhas paralelas dos buracos negros. A partir da interpretação, os cientistas do novo estudo conseguiram encontrar alguns 'fios de cabelos' nos buracos negros estudados; claro que não se trata de cabelo, mas de elementos que tornam os buracos negros não tão semelhantes.
Os pesquisadores explicam que o 'cabelo' é, na realidade, a presença de um forte campo escalar próximo ao horizonte de eventos de um buraco negros — neste caso é um campo escalar, contudo, outros buracos negros podem apresentar outros 'cabelos'. De qualquer forma, os cientistas continuarão estudando o tema para compreender mais sobre os 'cabelos' dos buracos negros.
“Além disso, tomando variações em relação ao campo escalar, descobrimos que podemos notar que, para alguns acoplamentos, os invariantes TG e G podem fazer com que o campo escalar tenha um fio de cabelo... Em um caso limite, também conseguimos encontrar buracos negros com um campo escalar forte próximo ao horizonte, mas com uma carga escalar que se aproxima de zero”, o estudo conclui.
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