Astrônomos amadores fazem vídeo de colisão de rocha com Júpiter; veja

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Imagem: Getty Images

Com um diâmetro de quase 143 mil quilômetros, é natural que Júpiter seja o planeta mais atingido por objetos espaciais perdidos. No entanto, por mais corriqueiros e agudos que sejam, esses flashes indicativos de colisão são dificilmente documentados pelos cientistas, devido à atmosfera muito densa do imenso corpo celeste.

Foi isso que ocorreu no dia 29 de agosto à 1h45 no Japão (13h45 de 28 de agosto no Brasil), quando uma rocha cósmica colidiu com o gigante do sistema solar, provocando um breve flash de luz. O brilho foi detectado primeiramente pelos projetos de observação astronômica OASES e PONCOTS, em Okinawa.

No entanto, coube a um astrônomo amador a façanha de capturar em vídeo este brevíssimo clarão da colisão da rocha espacial em Júpiter. As imagens foram publicadas no perfil MASA Planetary Log, na rede social X (ex-Twitter). Depois que outros observadores confirmaram no X a mesma observação, cientistas irão investigar o tamanho e tipo do objeto, e se ele pertence ou não ao nosso sistema solar.

Atraindo objetos potencialmente perigosos ao Sistema Solar

Embora de rara detecção, as colisões de objetos espaciais errantes em Júpiter são mais comuns do que se imagina. De acordo com especialistas, quedas como a do mês passado ocorrem entre 12 e 60 vezes por ano. Entre esses visitantes ocasionais estão cometas e asteroides invasores, em virtude do tamanho e, principalmente, da fortíssima atração gravitacional do gigante gasoso.

Também contribui para o aumento desse efeito da gravidade joviana, a proximidade do planeta com o cinturão de asteroides, a meio caminho das órbitas do gigante e de Marte. Dessa forma, alguns desses corpos rochosos que orbitam o Sol poderiam ser atraídos para Júpiter ao tentarem uma possível órbita alternativa.

Alguns astrônomos defendem a tese de que o maior planeta do sistema solar presta, na verdade, um serviço de proteção à Terra, ao afastar de nosso planeta essas rochas espaciais desgarradas. É que, pela magnitude de seu tamanho e força gravitacional, Júpiter acaba absorvendo objetos potencialmente perigosos que se aproximam do sistema solar, chegando mesmo a desviá-los de nossa órbita.

Impacto mais famoso em Júpíter: um cometa despedaçado

A destruição do cometa Shoemaker-Levy 9 em Júpiter ocorreu em julho de 1994.A destruição do cometa Shoemaker-Levy 9 em Júpiter ocorreu em julho de 1994.Fonte:  NASA 

Uma descoberta inédita — um cometa orbitando um planeta e não o Sol — foi divulgada pelos astrônomos Carolyn e Eugene M. Shoemaker, juntamente com David Levy no dia 24 de março de 1993.

Mas o deslumbramento durou pouco, pois, pouco mais de um ano depois, o cometa que recebeu o nome de seus descobridores (Shoemaker-Levy 9) colidiu violentamente com o planeta, com uma força equivalente à explosão de 300 milhões de bombas atômicas.

“O efeito das forças de maré de Júpiter já haviam despedaçado o corpo celeste e, eventualmente, os fragmentos colidiram com Júpiter entre 16 e 22 de julho de 1994”, explicou a NASA em um briefing na época.

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