O conceito de viver em Marte já foi abordado em diversos filmes e livros de ficção científica, contudo, essa ideia parece estar cada vez mais próxima de se tornar realidade. De acordo com um estudo publicado na revista de pré-impressão ArXiv, seria necessário um grupo de, pelo menos, 22 pessoas com habilidades especiais para construir um assentamento e iniciar uma colônia em Marte.
O ambiente natural de Marte é completamente hostil para os humanos, por isso, existem diversos desafios logísticos para a humanidade criar um assentamento seguro no planeta vermelho. Inclusive, agências espaciais como a NASA e ESA já estão planejando suas viagens para Marte; sem contar em empresas espaciais, como a Bigelow Aerospace, que já está construindo casas infláveis que poderão ser utilizadas como moradia.
Em um estudo conduzido na Universidade George Mason em Fairfax, nos Estados Unidos, uma equipe de cientistas estimou que seriam necessários 22 pessoas para iniciar a colonização de Marte. Até então, outros pesquisadores acreditavam que seria essencial, no mínimo, um grupo com 110 pessoas para criar uma habitação funcional no planeta vermelho.
Os cientistas criaram um modelo computacional que sugeriu o número: 22 pessoas são necessárias para construir uma colonia em Marte.Fonte: Getty Images
“Estabelecer um assentamento humano em Marte é um problema de engenharia incrivelmente complexo. A natureza inóspita do ambiente marciano exige que qualquer habitat seja em grande parte autossustentável. Além de extrair alguns minerais básicos e água, os colonizadores dependerão do reabastecimento da Terra e da reposição das necessidades através de meios tecnológicos”, foi descrito no estudo.
Colônia em Marte com 22 pessoas
A estimativa foi definida por meio do modelo computacional Modelagem Baseada em Agentes (ABM), criado justamente para analisar o número essencial de humanos em uma colônia de sucesso — o modelo conduz uma análise a partir de interações entre pessoas, objetos, locais e tempo. É importante destacar que o estudo ainda não foi publicado em nenhuma revista científica e nem foi revisado por pares.
Além de utilizar o modelo computacional, os cientistas analisaram dados anteriores sobre equipes de alto desempenho em ambientes remotos e com altos níveis de estresse, como em submarinos, em expedições ao ártico, na Estação Espacial Internacional (ISS) e em guerras. O estudo também considerou traços básicos de personalidade, classificados como neurótico, reativo, sociável e agradável. Os indivíduos agradáveis mostraram a maior probabilidade de sobrevivência neste tipo de cenário.
“Descobrimos que uma população inicial de 22 era o mínimo necessário para manter um tamanho de colônia viável no longo prazo. Descobrimos também que o tipo de personalidade agradável era o que tinha maior probabilidade de sobreviver. Descobrimos, ao contrário de outra literatura, que o número mínimo de pessoas com todos os tipos de personalidade que podem levar a um assentamento sustentável está na casa das dezenas e não nas centenas”, o estudo conclui.
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