Provavelmente, você já ouviu o argumento de que estudamos mais sobre o espaço do que sobre os nossos oceanos. Bom, isso é verdade em partes. Recentemente, uma equipe de aquanautas da fundação sem fins lucrativos Schmidt Ocean Institute confirmou a descoberta de um novo ecossistema sob o fundo do mar; um sistema da natureza que os cientistas não haviam observado até então.
A equipe utilizou um robô subaquático no fundo do oceano, controlado por especialistas a bordo de uma embarcação na região, para coletar dados abaixo da crosta vulcânica nas profundezas do Pacífico. Durante a investigação, eles encontraram 'veias de fluidos subterrâneos' com uma formação específica de vida que nunca havia sido observada pela humanidade.
Sob as fontes termais do fundo do oceano Pacífico, os pesquisadores descobriram um ecossistema rico em vermes, caracóis e bactérias quimiossintéticas — esse tipo de bactéria não depende da luz solar para ganhar energia, apenas de minerais. As fontes hidrotermais foram descobertas apenas na década de 1970, por isso os cientistas acreditam que a compreensão da vida animal nessas fontes se expandiu significativamente desde a nova descoberta no Pacífico.
Um ecossistema com formação de vida marinha foi descoberto no fundo do oceano Pacífico.Fonte: Getty Images
"Em terra, há muito sabemos de animais vivendo em cavidades subterrâneas e, no oceano, de animais que vivem na areia e na lama, mas pela primeira vez, os cientistas procuraram animais sob fontes hidrotermais. Esta descoberta verdadeiramente notável de um novo ecossistema, escondido sob outro ecossistema, fornece novas evidências de que a vida existe em lugares incríveis”, disse o diretor-executivo do instituto, Jyotika Virmani.
Ecossistema totalmente novo
Segundo os cientistas, os vermes tubulares são uma das formas de vida fascinantes descobertas no fundo do mar, seres que parecem viajar por meio dos fluidos vulcânicos abaixo da superfície. Inclusive, os pesquisadores acreditam que esse é o motivo do verme não ser observado com facilidade na superfície do oceano.
Os aquanautas utilizaram um veículo operado remotamente, conhecido como SuBastian, para estudar a área e coletar mais dados. Após 'limparem' uma região no leste do Pacífico, a cerca de 2,5 mil metros de profundidade, os pesquisadores descobriram que animais haviam colonizado o local novamente. Provavelmente, as formas de vida chegaram por meio de fissuras do fundo do mar.
“As descobertas feitas em cada expedição do Schmidt Ocean Institute reforçam a urgência de explorar completamente nosso oceano para que possamos saber o que existe no fundo do mar. A descoberta de novas criaturas, paisagens e, agora, um ecossistema totalmente novo ressalta o quanto ainda temos a descobrir sobre o nosso oceano — e como é importante proteger o que ainda não sabemos ou entendemos”, disse o presidente e cofundadora do Schmidt Ocean Institute, Wendy Schmidt.
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