O planeta natal do personagem Spock, da série de TV Star Trek, é conhecido como Vulcano, um planeta que os cientistas acreditavam ser real durante muito tempo. Contudo, a teoria da relatividade geral de Albert Einstein nega que o planeta exista na realidade; a partir daí, Vulcano acabou sendo desacreditado por diversos outros cientistas importantes da comunidade científica e 'deixou de ser real'.
“Entre os muitos encantos da série de TV Star Trek estão seu rico universo de personagens e planetas. Agora, o Dharma Planet Survey, em um novo estudo liderado pelo astrônomo da Universidade da Flórida (UF) Jian Ge e sua equipe, incluindo os astrônomos Matthew Muterspaugh e Gregory Henry da Tennessee State University (TSU), mostrou que a ficção científica pode ser um pouco menos; o projeto Dharma descobriu o que pode ser o famoso planeta Vulcano de Star Trek”, diz um estudo publicado em 2018.
Alguns cientistas acreditavam que o planeta Vulcano era real, até Albert Einstein chegar com a Teoria da Relatividade Geral.Fonte: Getty Images
O estudo sugeria que Vulcano realmente era real, após cientistas apresentarem ‘fortes evidências’ de que o planeta estava orbitando a estrela 40 Eridani, localizada a 16,5 anos-luz da Terra. Contudo, recentemente, uma nova pesquisa desconsiderou a descoberta e afirma que os dados coletados durante o outro estudo não são de um planeta real; trata-se de um simples distúrbio causado pela atividade estelar da região.
Para explicar um pouco da história de como Vulcano foi para nas telas de Star Trek e quase se tornou realidade, o TecMundo reuniu informações de estudos e especialistas da área.
Albert Einstein e Vulcano
A história de Vulcano começa em meados de 1846, quando o astrônomo e matemático Urbain Le Verrier coletou dados que sugeriam um planeta que ainda não havia sido registrado pela humanidade; seus estudos mostravam que havia uma diferença inesperada no movimento de Urano. Por isso, Le Verrier propôs que essa diferença poderia se tratar de outro planeta próximo de Urano.
Contudo, Le Verrier estudou apenas os cálculos matemáticos que sugeriam a presença do planeta. Em 1846, o astrônomo alemão Johann Gottfried Galle começou a realizar observações astronômicas da região citada pelo matemático e, assim, descobriu que a diferença estava sendo causada pela órbita do planeta Netuno.
Mas por conta de seu trabalho, Le Verrier foi chamado para traçar a órbita de Mercúrio a partir de estudos da física newtoniana, pois os cálculos matemáticos também apresentavam diferenças significativas. Assim como propôs com Urano, o cientista explicou que a diferença poderia ser explicada pela presença de outro planeta nas proximidades. Desta forma, ele o nomeou o suposto planeta de Vulcano.
Apesar de a semelhança com o nome do planeta natal de Spock, o cientista o nomeou em homenagem ao deus romano do fogo.Fonte: Getty Images
Alguns anos depois, os astrônomos começaram a relatar supostos avistamentos de Vulcano, assim, Le Verrier calculou que a rotação do planeta permitira que ele fosse visualizado por telescópios terrestres entre duas e quatro vezes por ano. Após a descoberta, os cientistas acreditaram que Vulcano existiu durante aproximadamente 70 anos.
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Quando a Teoria da Relatividade Geral, publicada por Albert Einstein em 1915, explicou que as diferenças da órbita são resultados da curvatura do espaço-tempo causada por objetos massivos sendo os planetas mais próximos os mais afetados e, por isso, Mercúrio apresenta as diferenças. A partir daí, a teoria do planeta Vulcano foi desconsiderada e ele passou a existir apenas na ficção de Star Trek.
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