Em um estudo recente publicado na revista científica Public Library of Science (PLOS) ONE, uma equipe de cientistas descreve que encontrou o fóssil de uma tartaruga que viveu há aproximadamente 150 milhões de anos. A descoberta aconteceu durante uma escavação em um sítio arqueológico na Alemanha: trata-se de um fóssil completo de uma tartaruga marinha jurássica.
Os pesquisadores explicam que a tartaruga é da espécie de Solnhofia parsonsi, encontrada na Formação Torleite, no sudeste da Alemanha. O fóssil foi encontrado com uma preservação excepcional; inclusive, é considerado o primeiro fóssil desta espécie descoberto com crânio completo, casco e todos os membros.
A área específica onde o fóssil foi encontrado é conhecida como Jura da Francônia, uma região repleta de rochas sedimentares marinhas do período Jurássico Inferior e Superior. Com o degelo de geleiras em diversas regiões do mundo, os cientistas acreditam que mais fósseis sejam descobertos nos próximos anos.
Há cerca de 150 milhões de anos, a região da Baviera, na Alemanha, era um arquipélago tropical que abrigou diversos animais jurássicos, como a tartaruga (imagem).Fonte: PLOS ONE
“O espécime é o primeiro espécime descrito de S. parsonsi preservando os membros amplamente completos e articulados, cuja preservação indica que o táxon não possuía pás endurecidas presentes em tartarugas marinhas mais pelágicas e é consistente com um inferido anteriormente próximo a um estilo de vida marinha costeira”, escreveram os pesquisadores no estudo.
Tartaruga de 150 milhões de anos
De acordo com a estrutura do fóssil, os cientistas sugerem que as nadadeiras da tartaruga diferem de outras amostras estudadas anteriormente, apresentando características de um animal que não vivia em mar aberto. Segundo os dados analisados, provavelmente o espécime vivia em uma área costeira de águas rasas.
A ilustração acima representa a aparência da tartaruga.Fonte: Peter Nickolaus
A equipe afirma que a região só começou a ser escavada nos últimos 20 anos e a descoberta é apenas a segunda tartaruga da mesma espécime encontrada — em outras escavações, foram encontradas apenas restos da espécie. Apesar de a ótima preservação, o fóssil só pode ser visto de cima para baixo.
“Nesta região do sul da Alemanha, a diversidade de tartarugas marinhas é surpreendentemente alta. Existem muito mais espécies do que existem hoje, e muitas delas ainda não foram descritas. As tartarugas marinhas modernas têm uma distribuição quase global e fazem essas migrações insanamente longas. Eles são altamente adaptados a um estilo de vida marinho. Essas tartarugas marinhas jurássicas não eram capazes disso”, disse o paleontólogo da Universidade de Tübingen e autor do estudo, Márton Rabi.
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